2012 (O Apocalipse Segundo Roland Emmerich)
O filme 2012, dirigido por Roland Emmerich, conhecido diretor de filmes - catástrofe, como: "Independence Day" e "O Dia Depois de Amanhã", conta-nos que o alinhamento do Sol com o centro da galáxia, no dia 21 de dezembro de 2012, acarretará tempestades solares que liberarão neutrinos (partículas subatômicas) no espaço capazes de causar um efeito destrutivo no nosso planeta, que aquecerá de dentro para fora, como um ovo no forno de microondas. Com isto, a Terra entrará em colapso, com vulcões em erupção por todos os lados, deslocamentos de placas tectônicas, que racharão o planeta de fora a fora, criando abismos que devoram cidades inteiras, inclusive o Rio de Janeiro. O mar, por sua vez, transformar-se-á, digamos, num tsunami que chocará com o Himalaia.
O filme desenrola-se neste caos, com efeitos especiais e exageros infantilóides. Pelo lado romântico, um pai divorciado vai descobrindo aos poucos o que está ocorrendo e, na tentativa de salvar seus dois filhos e ex–mulher, passa por diversas aventuras, arriscando voar com todos eles e tendo como um inexperiente piloto ninguém menos que o companheiro de sua ex. Partem, primeiro, num pequeno avião e, depois, numa enorme aeronave de carga, lotada de automóveis luxuosos. O filme chega ao limite do abuso lúdico, quando o zeloso pai consegue saltar do avião em movimento, numa nevasca no Himalaia, dentro de um dos automóveis, com toda a sua família, incluindo o padrasto dos seus filhos que, poucos segundos antes, co-pilotava o mesmo avião de carga. Curiosamente, nessas montanhas, estavam escondidas gigantescas embarcações, verdadeiras Arcas de Noé ampliadas, construídas para abrigar 400 mil sobreviventes selecionados entre celebridades e milionários, que pagaram para isto. Em breve momento, helicópteros revoavam no tempestuoso céu, carregando girafas e sonoros elefantes, dependurados, rumo às agitadas embarcações.
No final da devastação, a terra tem o seu eixo alterado, um novo continente aparece e a natureza volta a funcionar como dantes.
O filme, obviamente, explora nossa incerteza quanto ao futuro do nosso planeta, nestes tempos de aquecimento global, tsunamis, buracos na camada de ozônio, asteróides ameaçadores, etc., o que nos faz, afinal, vorazes consumidores de tais representações.
Muitos criticam a baixa classificação da faixa etária do filme, de 12 anos. Particularmente, me senti ridiculamente dentro de um Trenzinho Fantasma de um parque de diversões. Nada mais do que isto.
Entretanto, o filme tem causado pânico em algumas pessoas com idades variadas, já tendo sido registrados e-mails dramáticos, dirigidos a cientistas da NASA, com interpretações cruzadas com previsões dos maias, dentre outras profecias e informações duvidosas. Há um caso de uma mulher que comentou em matar sua família e suicidar-se em seguida, tudo para não ter que enfrentar o 21 de dezembro apocalíptico.
Os cientistas,é claro, afirmam que tudo não passa de uma besteira e aconselham para que continuemos pagando nossas contas, normalmente, e não cometamos exageros, para não termos que viver um apocalipse, este sim, pessoal, logo após a data fatídica.
Como fiel poeta deste Recanto, diria que, diante da ira do astro rei, fugiria contigo, poetisa, num raio de luar.