A importância do imperfeito na arte e na ciência
O conceito de perfeição é algo que guia muitas de nossas aspirações, tanto em nossas vidas privadas como no ambiente profissional.
Como não poderia deixar de ser, muita da criatividade humana, nas artes ou nas ciências, é inspirado pelo ideal de perfeição. Mas nem tudo. Pelo contrário, várias ideias que revolucionaram nossa produção artística e científica vêm justamente da exaltação ou da percepção da importância do imperfeito.
Na física moderna, o imperfeito ocupa um lugar de honra. Por exemplo, a estrutura hexagonal dos flocos de neve é uma manifestação macroscópica de simetrias que existem em nível molecular. Mas, ao mesmo tempo, dois flocos de neve jamais serão iguais. Segundo nossas teorias atuais.
A geração de estruturas complexas a partir de componentes simples é um processo que depende fundamentalmente de alguma imperfeição. Cada vez fica mais claro que, a nova ciência, como a nova arte, precisa do imperfeito para criar.
Bibliografia: GLEISER, Marcelo. A importância do imperfeito na arte e na ciência. Folha de São Paulo. São Paulo, 8 nov. 1998. Mais! 5, p. 13.