A Síntese
Aqui na pracinha,
eu tenho a calçada.
Na vida sozinha,
já não tenho nada.
Amores perdidos
não salvam meus dias
deixados no olvido
em noites sombrias.
Resiste profundo
na minha lembrança,
a marca do mundo
que o vento balança
Eu sou um colibri,
talvez pirilampo.
Vagando por ti,
as asas estampo.
Sou dono de tudo,
da mãe natureza.
A sorte é um escudo
de luz sempre acesa.
Tu és a roseira
ao pé de jasmim
– a rosa faceira –
bem longe de mim.
As rimas em vão
que a lua compensa
não cobre o senão
da minha descrença.
Porém, já no fim,
que tudo resume,
eu sigo é assim
segundo o costume.