Aos amigos e inimigos; aos conhecidos e desconhecidos; desejo que tenham, o mais rápido possível, um bom “enfarto bom”.
Aos amigos e inimigos; aos conhecidos e desconhecidos; desejo que tenham, o mais rápido possível, um bom “enfarto bom”.
Também chamado de infarto agudo do miocárdio ou ataque cardíaco, o infarto se caracteriza pelo bloqueio do fluxo sanguíneo do coração. A partir disso, o órgão para de funcionar por um determinado período de tempo, o que pode levar à morte de parte do tecido ou a danos irreversíveis na região. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que anualmente sejam registrados até 400 mil casos de infarto no Brasil, que resultam em 1 óbito a cada 5 a 7 pacientes.
O infarto pode acontecer em qualquer situação, mesmo com a pessoa em repouso. Nem sempre os sintomas são os mesmos para todos. Diante de qualquer suspeita de ataque cardíaco, é preciso consultar um médico o quanto antes.
Existem 5 diferentes tipos de infarto:
Tipo 1 — ocorre de forma espontânea, por dissecção, erosão ou ruptura da placa aterosclerótica. Com a redução do fluxo sanguíneo, ocorre a necrose de parte do músculo do coração. Tipo 2 — este infarto acontece quando existe um desequilíbrio entre a oferta e consumo de oxigênio do miocárdio (músculo cardíaco). Tipo 3 — neste caso, o ataque cardíaco resulta em morte súbita. Por isso, não sobra tempo para coletar os biomarcadores de necrose. Tipo 4 — decorrente da trombose de stent ou do cateterismo, procedimento realizado para tratar obstruções das artérias do coração, conhecido como angioplastia coronariana. Tipo 5 — este ocorre quando existe uma lesão miocárdica causada pela cirurgia de revascularização do miocárdio.
De todas as certezas que pode ter o ser humano, a morte é sem dúvida uma delas, enfartado ou não.
Quem nasce já está fadado à morte. Mensageira estranha, por vezes, abraça antes os mais jovens e os mais sadios, deixando para trás idosos e doentes.
A morte é compreendida de uma forma universal como fim de um processo físico-biológico. Sendo vista na contemporaneidade como algo assustador, que deve ser desviada a todo o momento.
A morte revela-se, na maioria das vezes, como um tabu, onde não existe abertura para falar sobre tal acontecimento, sendo negada como se não fosse algo presente na existência humana, podendo ser lembrada quando acomete alguém conhecido ou parente próximo.
Hoje na modernidade, com todos os avanços tecnológicos, é difícil para a humanidade aceitar que é um ser mortal, que a sua existência terá um fim e que o mesmo não poderá fugir dessa responsabilidade. Segundo Pompéia (2010, p.79) "a morte limita todas as possibilidades, e não as limita apenas lá no fim, quando ela ocorre. Ser mortal é ser limitado o tempo todo, é não poder ser tudo", diferentemente do que é pregado atualmente, em relação a esse poder ser tudo, que transforma o homem em um ser soberano.
Os recursos tecnológicos segundo Rodrigues (2008, p.116) permitem ao homem ter um domínio maior sobre as doenças, "vai conhecendo cada vez mais profundamente as particularidades do seu corpo, ele amplia, ao mesmo tempo, a ilusão de controle sobre a morte". Assim, o autor conclui que "o medo da morte avança, à medida que os recursos tecnológicos atingem o seu apogeu".
Esse medo que a morte desperta pode advir do desconhecido por não saber como será essa morte, tendo em vista que não é possível conhecimento sobre a própria morte. O que existe é a consciência da morte do outro, e essa morte do outro também provoca medo por causar separação, Kovásc (1992, p.24) aponta que "embora o medo da morte não seja inato ele é inerente ao processo de desenvolvimento e está presente em todos os seres humanos. É um medo básico, que influi em todos os outros e do qual ninguém fica imune, por mais que possa estar disfarçado".
A morte fala da perda, a perda fala da dor, e a dor assusta. Quando a morte não nos toca de perto, podemos encará-la intelectualmente como uma coisa que acontece a todo mundo, chega a ser algo familiar. Quando ela nos toca mais proximamente, torna-se uma coisa estranha, gera um espanto.
Pompéia (2010) sinaliza que assim como é fundamental dar um sentido a vida, é necessário que o homem aprenda a dar um sentido ao morrer. Acredita-se que ao dar sentido a sua finitude e ao morrer do outro, presente em sua existência, será mais fácil compreender o fenômeno da morte.
Contudo, sempre chega. Paradoxalmente, é um dos assuntos que quase todo mundo evita tocar.
É por isso mesmo que, quando chega, sempre surpreende. Também por esse motivo, muitas lágrimas são derramadas sobre os túmulos. Lágrimas que se casam a exclamações como: "Ah, se eu soubesse que era o seu último dia! Se eu soubesse que ele iria morrer, não teria sido tão mau! Se eu soubesse que ele partiria tão cedo, teria abraçado mais, dito como o amava, sido melhor para ele." Por tudo isso, é bom considerar que nossa existência é muito efêmera. Hoje estamos aqui, amanhã poderemos não nos encontrar mais deste lado da vida.
O ser amado que se despede para o trabalho diário, pode não retornar. A criança que corre pela rua, rumo à escola, pode não voltar para casa.
Pois bem. O título nos leva a pensar de pronto que o meu desejo é que as pessoas sofram ataque cardíaco, enfarto bom, por motivos mesquinhos, ou, então, por motivos não cristãos.
Dá-nos a impressão que o desejo, de que as pessoas tenham enfarto, ainda que um bom enfarto, seja porque este autor deve estar de mal com o mundo, que foi tomado por sentimentos obscuros e maldosos. Que está ou é um revoltado, decepcionado com sua medíocre vida.
Ora, desejar a todos que tenham enfarto, e o mais rápido possível, denota, de pronto, que o autor teve uma falência do seu bom senso, do seu sempre conhecido e reconhecido como um homem e/ou profissional cuidadoso e pautado por decisões justas dando a cada um o que é seu. Mas veremos que o meu desejo tem uma lógica interessante e que tem por objetivo fazer as pessoas, todas elas, com que façam uma longa reflexão de como foi a sua vida até então, e de como deverá ser daqui prá frente, pois um enfarto é um divisor de águas (divisor de vidas), em que há necessidade de se pensar no antes e no pós. Necessidade de se refletir, de fazer uma ‘mea culpa.’ Mas isso só é possível nos casos de enfarto não fulminante, porque nestes, aí já era.
Assim, teremos oportunidades de refletir sobre termos ou não passado tempo suficiente com suas famílias e amigos, de terem trabalhado demais e de não terem seguido seus sonhos ou paixões. Esse tipo de reflexão é um poderoso lembrete da importância do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Se gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida fiel a você mesmo, e não a vida que os outros esperavam de você; se gostaria de não ter trabalhado tanto; se gostaria de ter tido a coragem de expressar seus sentimentos; se gostaria de ter mantido contato com seus amigos; se gostaria de ter se permitido ser mais feliz.
A música “Epitáfio”, do Titãs, fala sobre a vontade de amar mais, de chorar mais e de ver o sol nascer, sentimentos e momentos que muitos ignoram durante a vida.
De modo que ao apresentar sintomas como aperto no peito; dificuldade para respirar; tonturas e vômitos; perda de apetite ou dor no estômago; raiva, tristeza profunda ou depressão; dificuldade para dormir; cansaço excessivo; perda de autoestima, sentimentos negativos ou pensamento suicida; e caso a dor no peito seja muito forte ou o paciente tenha muita dificuldade para respirar, o cardiologista recomenda ir ao pronto-socorro para fazer exames, como eletrocardiograma e exames de sangue, para avaliar o funcionamento do coração.
Estes ao sentirem tais sintomas já podem iniciar a fazer sua ‘mea culpa’, pois caminha a passos largos para sofrer um enfarto e, deixar enfartar-se para fazer a sua ‘mea’ culpa pode ser tarde demais.
Pois então. Há mais ou menos 10 anos, fui acometido de um enfarto. Encontrava-me em um quarto de hotel na Zona Sul de São Paulo, quando, por volta de 14 hs mais ou menos comecei a sentir um dor insuportável na região do peito. A dor começou a me incomodar e aumentar de intensidade. Uma dor até então nunca sentida antes.
Mas nestes momentos temos medo. Medo do imponderável. Medo do desconhecido. Pensei comigo, devo estar sofrendo um infarto, e isto me deu muito medo. Medo da morte. Senti que eu estava perdendo minhas forças e que estava caindo ao chão e, neste momento ainda consegui elevar meu pensamento a Deus, e lembro-me que lhe fiz uma súplica: para que perdoasse todos os meus pecados, e então, desmaiei. Quando voltei a mim estava em um leito de hospital, pois fui atendido prontamente e com a rapidez que o momento exigia, pelo meu filho cardiologista que trabalhava em grande e conceituado hospital.
Poderia ter tido um enfarto fulminante, mas quis Deus que não fosse. E de lá para cá se passaram pouco mais de 10 anos. Tinha eu 60 anos.
Pois então. Alguém pode ter morrido jovem demais. Outros com idades mais avançadas. Pensamentos que criam dor nos fazem recordar nossa mortalidade – nós também chegaremos ao dia de nossa morte.
Conseguiremos terminar nosso ciclo de vida, atingido a velhice e alçando nossos objetivos ou teremos um fim prematuro? O fato é que nossa vida é uma constante mutação. Não existe começo, nem fim, mas um constante reciclar.
A vida jamais ficará parada, emperrada ou rançosa, pois cada minuto é um momento novo que temos o direito e até o dever, perante Deus, de aproveitar.
O dia de hoje é um evento único e empolgante em nossa vida. A vida é uma aventura maravilhosa e nós nunca voltaremos a este momento particular. A vida é para ser aproveitada agora, neste momento único, em toda sua plenitude e intensidade. Temos, para viver, 24 horas por dia. Em um mês. viveremos, então, 720 horas. Em um ano, viveremos 8.640 horas. E, se com saúde e sorte, até o fim de nossa vida, viveremos ao todo uns 80 anos, teremos vivido pouco mais do que 690 mil horas.
Agora, se você já está beirando os quarenta anos 40 anos de idade, ad exemplum, então, lhe restam, em tese, umas 350 mil horas de vida. É como se você tivesse no bolso 350 mil reais e a cada 60 minutos tivesse que desembolsar 1 real, independente de estar investindo em algo útil ou simplesmente jogando-o fora. Você me daria uma hora ou um minuto, sabendo que estaria sendo retirado de seu crédito de horas da vida, limite ao qual você nada poderá acrescer?
Calcule, pela idade que você já tem, quantas horas de vida ainda lhe restam - aproveite-as!
Nem um único minuto de seu crédito de vida poderá ser guardado na poupança para ser desfrutado amanhã. Cada hora, cada minuto que passa, jamais voltará. Mesmo que você não desfrute deste momento, ele passará e se perderá no passado. Não lamente a morte de outra pessoa, pois você também terá a sua. Liberte-se de culpas tolas e preconceitos injustificáveis. E solte seu coração. Viva!!!
Então, se você sobreviveu ao enfarto – divisor de vidas – terá oportunidade para repensar em sua vida, o que fez de bom ou ruim, se foi ou não útil, se pautou por boas ou más ações, enfim, se a sua passagem pela terra cumpriu com os propósitos de Deus, para aqueles que Nele acredita.
Como divisor de vidas, você agora tem a oportunidade para repensar e fazer uma retrospectiva de sua vida e pautar-se para uma outra vida – pós enfarto, de modo a regenerar-se do que f az de errado ou do que não devia ter feito. É hora de viver uma nova vida. Uma vida regrada por ações e atitudes que só lhe faça bem e que seja de utilidade a si e aos outros. Hora de reconciliar-se com Deus, com seus familiares, sobretudo, e com os amigos e inimigos.
Falar de morte pode parecer um assunto pesado demais, e realmente é mesmo. Mas falar de morte é falar da vida. Parece confuso, mas é momento de reflexão. Ao pensarmos naqueles que perdemos, percebemos que uma parte nossa foi com eles. Depois da tristeza, vem as lembranças. As boas. Porque as ruins não é costume guardar. Vem a vida. Aquela que acabou. Mas aquela que começa e aquela que continua. Vem a nossa, e a vida de quem está ao nosso redor.
Um enfarto, por mais doloroso que seja, permite que aqueles que sofrem cheguem em partes muito profundas de sentimentos e emoções. Nos faz chorar? Quase sempre. Mas quando as lágrimas secam, o sorriso pode aparecer.
A morte não é apenas passado. Ela é presente e futuro para aqueles que ficam. Seja na hora de aprender a conviver com as faltas, seja para valorizar o que ainda temos aqui.
A lembrança da morte nos dá forças para lutarmos contra uma doença e vencê-la. E nos ensina a viver sem grandes amarras ou preocupações que tiram nossa alegria a cada dia.
Melhor seria se não precisássemos passar por ela ou por suas saudades para tal. Mas, se necessário, que a gente saiba aproveitar a vida. Para que quando a morte chegue, ela não seja um peso pesado demais para aqueles que ficam terem que carregar.
“Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a fazer grandes escolhas na vida”, disse Steve Jobs, cofundador, presidente e diretor executivo da Apple, em um discurso de graduação na Universidade de Stanford.
Muitos ao refletirem sobre suas vidas, percebem que dedicaram uma quantidade desproporcional de tempo e energia ao trabalho, negligenciando suas próprias necessidades e as de suas famílias. Esse desequilíbrio muitas vezes contribui para o surgimento ou agravamento de problemas de saúde. A doença acaba sendo um momento de introspecção forçada, onde valores e prioridades são reavaliados. Isso serve como um lembrete poderoso para a importância de buscar um equilíbrio saudável entre a vida profissional e pessoa.
O conselho de Bill Gates: Priorizar o trabalho acima de tudo traz impactos nas outras áreas, como saúde mental e demais relacionamentos. O bilionário Bill Gates, cofundador da Microsoft, aprendeu isso da maneira mais difícil e compartilhou a experiente no discurso de formatura na Northern Arizona University, segundo reportagem da CNBC. “Quando eu tinha a sua idade, não acreditava em férias. Eu não acreditava em fins de semana. Eu também não acreditava que as pessoas com quem trabalhei deveriam fazer isso”, disse o empresário. “Reserve um tempo para nutrir seus relacionamentos. Para comemorar seus sucessos. E para se recuperar de suas perdas. Faça uma pausa quando precisar. Acalme-se com as pessoas ao seu redor quando elas precisarem também”.
Ser feliz depende também dos outros relacionamentos que vão além do trabalho, como dedicar tempo e atenção aos seus amigos e familiares, colocar os seus interesses em primeiro lugar e permanecer fiel a si mesmo. A maioria das pessoas não percebe isso até que seja tarde demais. Muitos não perceberam até o fim que a felicidade é uma escolha.
Pois então, tudo isso para que sirva, ao menos a mim, exemplo, pois se tive a primeira oportunidade com o primeiro enfarto há aproximadamente 10 anos e, mesmo assim de nada valeu, já que sequer, em nenhum momento essas reflexões puderam dar bons frutos, o certo é que fiz e repeti tudo de maneira errada, com os mesmos erros aliado a outros que eu cometera no pretérito.
Estou convalescendo de um novo enfarto, o enfarto bom, que pegou-me de surpresa. Agora tive medo.
Então, devo ser menos atrevido e mais cuidadoso, ao menos comigo, já que a morte é o nosso maior desafio, o desafio final. E ela, por duas vezes esteve me visitando. A Morte nos causa medo. É o momento em que tudo será revelado. Logo pautar-me-ei de ora em diante, já que a vida (ou a morte?) me proporcionou uma segunda oportunidade, pela boa convivência com amigos, reconciliar-me com minha família e parentes, trabalhar de modo a dar a mim oportunidade para viver outras situações que preencham meu tempo com boas práticas, dedicar mais às coisas espirituais, definitivamente largar do tabagismos, estudar mais, curtir as boas coisas da vida, aprender a gastar e passear, e sobretudo curtir meus netos de modo a com eles ter uma vida, ao menos a que me resta, tão próxima que não tive com meu filho. Definitivamente não esperarei um terceiro enfarto para mudar minha vida. Definitivamente não.
Temos. Devemos ter muito respeito à morte.
A morte de amigos ou parentes próximos, talvez nos dê uma pequena amostra da força desse conceito tão estranho, tão desconhecido. Perdemos amigos e parentes que tanto amávamos, e sofremos tanto.
Há uma corrente de pensadores que pregam um jeito de lidar com a morte, aceitando-a naturalmente pela prática do desprendimento pessoal, do desapego a tudo o que é impermanente e passageiro, inclusive o apego a nós mesmos, isso nos ajudaria a lidar com a Morte. Praticar a liberdade, o desapego, o desprendimento. Desprendimento do corpo e desprendimento da alma. Do material, do abstrato, do espiritual.
Estou aprendendo que o melhor modo de com ela lidar é pautar sua vida pelas boas ações, pela prática de doar amor, carinho, respeito, consideração pelos próximos; abstrair-se de pensamentos ruins, insanos e sorrir para a vida como uma criança – ou melhor, sorrir como sorriem o tunicu, tinoco e chuiquita.
A Existência nos dá o tempo necessário de nossas vidas, esse é o tempo que temos , para nos preparar para o momento do passamento. E só quem aprende a viver, com desprendimento, aprende também a morrer. O enfarto – que é a linha limítrofe entre a vida e a morte, se por ela conseguir passar, então terá, ainda tempo para meditar que o momento da morte é aquela ocasião final, o momento em que vamos nos fundir com o Eterno, o Tempo e o Espaço vamos finalmente fazer parte do Todo.
A nossa vida é uma longa jornada para a morte . E esta parece ser a beleza dessa jornada: o fato de ter um início e fim. Mas nunca estamos preparados e no meio dessa jornada esquecemos de preparar-nos para a sua chegada.
Portanto, sorria para a Morte. Seja cordial com Ela. Convide-a para tomar um chá com você, ao final da tarde de um domingo tranquilo. E converse com Ela. Conte a Ela seus medos, seus desejos. Ela irá nos confortar, irá acalmar nosso coração. A morte deverá nos fazer sorrir, e não chorar. A morte deve se fazer presente para que você não esqueça e desmereça a vida que tem pela frente e que a ela é que deverá ser saudada.
Acreditando na "imortalidade" ou confiando na ideia de que a temporalidade da existência humana se faz numa ordem cronológica, a morte é pensada como algo que deve acontecer quando as possibilidades físicas do humano estiverem limitadas, ou seja, na velhice. Assim a mesma é pensada através de um futuro distante, não é vista como inerente a vida, a qual é possível acontecer a qualquer momento, com qualquer pessoa em qualquer idade. Segundo Pompéia (2010, p.79) "a morte não é uma condição do futuro; ela pode ser a qualquer instante".
Como o ser é sempre um ser-com-os-outros, presencia-se a morte em numerosos momentos, durante a existência, ao ver o morrer das pessoas próximas. Pompéia (2010, p.81.) aponta que "a morte se torna ainda mais perturbadora quando vemos que aquelas pessoas cujas vidas gostaríamos de preservar, talvez até mais que a nossa, podem morrer. A morte do outro aparece como uma perda".
Tudo isso parece se assemelhar a uma grande e irônica pegadinha. Quando achamos que tudo chegou ao fim, somente então é que saberemos finalmente olhar para trás e ter a certeza de que, na verdade, tudo isso nunca começou, e nem vai ter um fim .
Nada nunca teve um começo, e nunca vai se acabar …
Assim quero viver. E bem vivido. Logo, os outros que esperem.
POMPÉIA, J. A.; SAPIENZA, B. T. Os dois nascimentos do homem: escritos sobre terapia e educação na era da técnica. 1. ed. Rio de Janeiro: Via Verita, 2011.
Obs.. Agradeço a todos quantos manifestaram minha pronta recuperação.
Guaxupé, 15/06/2024.
Milton Biagioni Furquim