Chocolate Quente
Com um mundo cada vez mais globalizado e competitivo e as pessoas precisando se desdobrar para manterem seus padrões sociais, a vida familiar fica relegada ao segundo plano. Com a televisão devassando os lares com seus programas "Reality Show" e ocupando cada vez mais um lugar cativo e vitalício no seio dos lares e inibindo, paulatinamente, o diálogo e a relação inter-familiar. Tudo isso, somado ainda ao desconhecimento dos pais sobre inteligência emocional e a azáfama e as vicissitudes do dia a dia, contribuem direta e indiretamente para a apatia juvenil e suas alienações vigentes no Brasil.
O desmazelo com suas próprias coisas, a inatividade doméstica e o despreparo emocional para enfrentar a vida em sociedade, são os perniciosos reflexos que vão crescendo, concomitantemente, à geração inútil que vem se descortinando na linha tênue de um horizonte vago.
Esse fenômeno social vem ocorrendo principalmente nas classes onde os pais trabalham "fora" deixando seus filhos adolescentes com um time de empregadas sempre prontas a serví-los.
Não conseguem executar tarefas simples como dobrar e guardar suas próprias roupas. O mais trágico é que isso é somente a ponta do "iceberg".
No futuro serão esses mesmos adolescentes que estarão pilotando o país quando não conseguem, sequer, pilotar o fogão para esquentar seus chocolates quentes.
Rever o conceito de "O que é viver bem?".; Pesar os pós e os contras do "enriquecer a qualquer preço" afinal, as empresas existem para servir ao homem e não o contrário. O casamento comedido e equilibrado entre trabalho e família talvez seja a receita ideal para o cerne da família voltar a imprimir, indelevelmente, um caráter mais abnegado a essas crianças que em breve, tornar-se-ão adolescentes e depois a viga-mestra desse país chamado Brasil.