Livro Aberto
Num mundo transbordante de inveja onde a azáfama e o desespero para obter o que se quer, a qualquer preço, é a tônica. Num mercado competitivo onde as vitrines ditam a moda. Imagens vendem o que, não raro, correspondem, parcialmente, à finalidade que se propôs. Onde estimula-se o "Ter" antes do "Ser". Neste cenário belicoso, nesta arena Greco-Romana, o dinheiro fala sempre mais alto e o materialismo permeia as relações.
A natural consequência é a busca frenética e incessante pelo dinheiro fácil e a falta de segurança salta aos olhos.
Homens e Mulheres de negócios, Executivos, Artistas , Bloguers, Vloguers, Youtubers e Emergentes Sociais, recorrem às mais diversas formas de segurança.
O supra-sumo dos dispositivos modernos de segurança são os chips subcutâneo que quando implantados sob a pele ou como adereço de beleza, envia e recebe sinais eletrônicos que podem ser captados por um satélite. Assim, uma pessoa pode ser localizada em segundos caso seja sequestrada ou algo que o valha.
Com a indústria do sequestro cada vez mais numa crescente absoluta, a necessidade de se resguardar faz-se presente. Aumenta a insegurança e conclui-se que achou-se mais um nicho de mercado. Não se sabe se o sequestro fomenta a indústria de segurança ou o contrário.
Sabe-se , todavia, que o ponto crucial é a sobranceira vulnerabilidade que paira sobre todos, ricos e pobres, famosos ou anônimos.
Como num círculo vicioso, segue-se oscilando entre o pior e o quase insuportável nesse emaranhado de micro-câmaras que, todos os dias, em várias capitais, devassam a vida civil com seus olhares clínicos.
Inteligentes chips detetives perscrutam a privacidade alheia e os holofotes flagram o próximo ato da divina comédia humana, que cada vez mais, é um Livro Aberto.