O Mundo Como Vontade e Representação
Que a Ciência está evoluindo a passos largos e que mudanças em diversos campos ainda estão por vir, é fato. Mas há exageros e tendências utópicas quando viaja-se, à bordo, da varinha mágica de condão da Ciência, rumo às trilhas sinuosas e incertas do futuro.
A grande conquista da tão aclamada Ciência, dar-se-á quando conseguirem interferir na mente e coração humano e promoverem a pacificação coletiva.
Esta, então, será a grande descoberta, o ápice da Ciência. Pois de nada valem terapias genéticas para poder respirar, como peixe, debaixo d'água ou genes de cupim para se alimentar de madeira se ainda assim continua-se a viver em guerra.
Países digladiando-se, ceifando vidas por causa de terras, petróleo, metais preciosos e até por causa de ciências bélicas.
Todas as descobertas científicas e as que estão por vir, serão como grânulos de areia no deserto se não mudar a essência notável e abstrata do homem que, impessoalmente, traduz-se em "vontade". A própria vontade é querer e ela quer agarrar sempre mais do que pode alcançar. A vontade de Ser, Ter, Fazer. Vontade de Ganhar, Conquistar, Voar.
A singular vontade dos cientistas de Observar, Comparar, Concluir, Descobrir.
No final, no ínfimo ser, no átomo, na pequena porção de cada um, jaz um vontade intrínseca e brutal.
Que o poder divino interceda nos cérebros privilegiados dos cientistas, conduzindo-os e moldando-os para o bem. Que em seus lampejos geniais brilhem somente ideias que auxiliem ao homem a viver mais e melhor. Com mais conforto e dignidade. Sob este prisma, a famigerada Ciência é bem vinda e vital. Que consigam aplacar a Sanha ávida e a sofreguidão coletiva e inserir, plantar, o gêne do contentamento no coração da humanidade, já exausto de tantas guerras físicas e por que não, também, espirituais. Germinar na terra seca do coração avarento e cobiçoso de poder, do homem, a semente genética da Paz insofismável.