VIAGEM DE LUZ
Um dia,mirei o ceu, avoei alto,
Cruzei as nuvens
E na passagem por estas,mastiguei um pedaço pra ver se era de algum tipo de sorvete de algodão.
Eu vi estrelas de todas as grandezas,
Dancei com a leveza da aurora boreal e me misturei nas suas cores.
Cores tão belas que cheguei compara-las com as telas pintadas pelas ágeis e tão sábias mãos de vovô Esmeraldo, um exímio conhecedor das mais belas artes por ele executadas.
Ultrapassei as 88 constelações que pude visualizar, rindo das suas formas engraçadas, suspensas no ar que de muito perto eu as via como se pudesse toca-las.
Num ímpeto de curiosidade, soprei em suas direções, mas elas nem se mexeram do lugar, pois apesar de suspensas, elas se fixavam por uma força que as conservava nos seus respectivos espaços.
Essas constelações tinham formas que ganharam nomes que foram batizados por muitos conhecedores desses tão prestimosos estudos.
Mas os verdadeiros segredos do universo (por mais que estude) o homem jamais descobrirá os seus mistérios, pois quem fez esse teto luminoso no vazio da imensidão, está há trilhões de anos de inteligência daqueles que são dotados da simples e tão limitada mente humana, que um dia esse mesmo Criador conferira aos seres pensantes, também por Ele criados.
Meu corpo levitando como uma névoa, se fazia tão leve que acredito se equivalia a menos de 1 grama.
Durante meu navegar, não se afastou dos meus lábios uma honrosa gratidao e tão contemplativa satisfação num largo sorriso de bem estar e tão indescritível regozijo por estar ali, vivenciando esse meu percorrer flutuante.
Sim,eu pude viajar e em pouco tempo eu já me encontrava de volta ao meu mundo. E, mantendo o sorriso envolto numa luminosidade na alma eu disse:
Sim, um dia, mirei o céu e avoei alto...
Carlos Silva.