Caminhos para uma nova gestão do trabalho na era da tecnologia

Conforme a frase atribuída a Charles Darwin, não é a espécie mais forte que sobrevive, nem a mais inteligente, mas sim aquela que melhor se adapta às mudanças. De modo análogo, o profissional do futuro não é aquele que simplesmente executa suas atividades conforme sua formação, mas sim aquele que se adapta às exigências de um mercado em vias de tornar-se cada vez mais competitivo e sistematizado. Ou seja, o futuro profissional é multidisciplinar e para que se possa evoluir, a competência de adaptação é um fator imprescindível.

Apesar de a globalização ter expandido horizontes e facilitado a comunicação, tendo a tecnologia como importante aliada e motivadora, a mentalidade arcaica de que em alguns anos a concepção de sucesso será a mesma, juntamente com a ideia de que profissões hoje prestigiadas, terão o mesmo renome futuramente, persistem. Segundo dados de uma pesquisa realizada em 2017 com jovens entre 15 e 18 anos pela Universidade de Oxford, um percentual de cerca de 46% pretende seguir carreiras consideradas hoje tradicionais, por exemplo. Em contrapartida, analisa-se uma gradativa conscientização em relação às perspectivas do trabalho no futuro, e às vantagens que a modernização e o aperfeiçoamento das profissões pode trazer.

Além de uma maior especialização e do domínio de conhecimentos ligados à programação, informática e linguagem digital, as profissões do futuro não exigirão meramente conhecimentos teóricos, sua aplicação será fundamental, assim como a versatilidade diante de desafios que deverão ser solucionados, o exercício da empatia, a criatividade, o raciocínio ativo e ágil e um senso mais aguçado de coletividade, por mais que o trabalho remoto, amplamente requerido durante o contexto da pandemia, possibilite uma menor interação. Estudos apontam que além de mais especializadas, as profissões do futuro também serão mais flexíveis, permitindo que o profissional de determinada área atue em outras. Por meio da análise dos dados relacionados aos investimentos de inúmeras universidades em estudantes interessados em profissões que lidam diretamente com robótica e tecnologia, por exemplo, percebe-se o potencial desses setores em um futuro não tão distante.

Diante de um cenário transitório entre o presente e o futuro, das possibilidades, desafios, incertezas e exigências, é fundamental o investimento em programas sociais e escolares que elucidem o futuro do mercado de trabalho aos jovens, como a inserção do componente "projeto de vida" nas escolas, por meio do Ministério da Educação, visando a conscientização dos jovens na busca por seu futuro.

Flora Fernweh
Enviado por Flora Fernweh em 11/07/2020
Reeditado em 11/07/2020
Código do texto: T7002627
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