“ANUNCIAÇÃO DE UM NOVO RAIAR DE DIA”
Sem que ninguém esperasse o chão se abriu e começou engolir tudo ao se redor.
Barracos e mansões desciam para a mesma fenda ricos e miseráveis gritavam por socorro num grito inaudível pois a sonoridade do desespero os tragara como que sugando seus corpos e seus pertences.
Ruas com carros postes e lojas sumiram chão abaixo e o mar em fúria veio beber o que sobrou da cidade de edifícios altos de luxuosas lojas que exibiam o luxo principalmente para quem jamais poderia se quer pensar em adquirir qualquer produto exposto aos olhos dos sonhos de consumo de qualquer pessoa.
Torres desabaram pontes caíram casas ruíram como se fossem de papel, industriais explodiam e incendiavam tudo ao redor que ao mesmo tempo era engolido por varias fendas que se abriam como se para eliminar de vez tudo e todas as vidas que ali estavam.
O mar se recolheu e arrastou para as profundezas do oceano tudo que ele podia levar e guardar para sempre na escuridão das águas profundas, eliminando de vez, o que fora de existência ali por muitos anos.
Surpreendentemente, um pequeno grupo começa ressurgir dos escombros, rasgados surrados carregando toda a aparência de um naufrágio.
Seria uma segunda terra um novo recomeço como fora na fase diluviana?
Mas nada restara ali que justificasse um recomeço. Não tinha absolutamente nada, nem comida, nem água potável, nem energia, nem lojas, nem mercados, nem carros, nem carrinhos de pipoca... nada.
Não existiam corpos flutuando ou pendurados em postes (pois postes não existiam). Não existiam estradas nem viadutos nem pontes nem hospitais, nem bares, nem boites, nem baladas, nem drogas nem vícios, nem sofrimento, nem perseguições, nem tormentos. Nada de ruim existia pois fora tudo destruído lançado nas profundezas da terra e dos mares. A terra estava PURIFICADA e um cheiro doce era possível sentir, como se fosse uma fragrância das mais ricas e nunca vistas flores que o vento fazia encher aquele espaço do nada.
O grupo (Composto de 4 Homens, 4 mulheres e dois casais de jovens, totalizando12 pessoas) olhou ao redor e viram que o tamanho do nada era imenso.
Todos se entreolharam e ficaram atônitos com a situação, pois de tudo e de todos que ali existiam, somente eles estavam vivos para contar, ou recontar a verdadeira historia que começariam escrever a partir daquele instante.
Todos, sem dizer uma só palavra, ajoelharam-se como se fossem mandados por alguém, pois isso o fizeram todos ao mesmo tempo e de uma só vez.
Olhos fechados, mãos coladas ao peito e o silencio os invadia numa reverência que nessa posição, ficaram três dias e três noites sem se quer mudaram um dedo de posição.
Estáticos, concentrados como se divinamente amparados por uma força suprema que os guardavam e deles cuidava com prestimosa atenção, amor, carinho e zelo.
Eram os escolhidos dentre centenas de milhares que ali existiam, somente eles tiveram o privilégio de ser poupados. 12, numa referência aos 12 apóstolos, ás 12 tribos de Judah, aos 12 meses do ano?
E o numero 144 mil que aparecia relatado na bíblia teria a ver com a multiplicação de 12 x 12?
Mas não existe mais a Bíblia, e as santas escrituras agora estavam na mente de cada um deles.
Literalmente de Genesis ao apocalipse eles dominavam pois para isso foram poupados.
Os quatro Homens despertam, tocam suas mulheres que tocam os jovens e os doze saem do transe.
Eles se abraçam, sorriem e dizem numa só voz: “BENDITO SEJA O NOME DO DEUS QUE A TUDO PODE”. Que cheiro suave, doce, que vento leve que sol ameno, que brisa boa, que céu bonito.
Estamos no paraíso, fomos restaurados estamos lindos. Sim eles estavam divinamente lindos, pareciam anjos de pele clara e a eles foram dadas vestes brancas alvas com a brancura que ninguém no mundo conhecera antese só foram perceber momentos depois que despertaram do seu momento de amparo reflexivo, e foi ai que notaram que realmente
Eles cresceram aumentaram de tamanho e ficaram altos agigantados e fortes.
Sentaram-se felizes e foi ai que um dos Homens, olhando para todo o grupo perguntou: Estamos sozinhos aqui, que dia é hoje?
La longe, ouve-se um tropel levantando uma poeira clara que lhes desperta chamando sua atenção, como se fosse uma resposta a indagação de um dos membros do grupo.
Um cavalo branco montado por um Homem de vestes brancas, trazia na mão uma espada e na cabeça uma coroa de ouro e pedras preciosas reluziam ao se aproximar do grupo, que assustados perguntam: QUEM É O SENHOR, pois estamos aqui sem saber para onde ir, sem uma casa, sem um lar. O Homem sorri e lhes responde: EM VERDADE EU LHES DISSE UM DIA, QUE NA CASA DO MEU PAI HAVIAM MUITAS MORADAS E QUE EU IRIA PREPARAR UM LUGAR PARA TODOS.
Todos se prostraram, LANÇARAM-SE AOS PÉS DO HOMEM e reconheceram com quem estavam falando.
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo o filho de Deus, quão maravilhoso é poder estar aqui. Mas espere: Gritou um do grupo para os demais e completou: Por favor Senhor, mostre-nos as suas mãos.
E, ao ver as mãos do Homem, constataram que ali haviam as marcas da crucificação e comprenderam por fim, que estavam verdadeiramente á frente com o Filho de Deus.
Senhor, Só restamos nós, onde estão os outros? Pois ainda ontem ou a dois dias atrás...
Não! Não foram a dois dias atrás. Já se passaram mil anos e eu vim buscar vocês, pois uma nova vida recomeça, onde suas coroas estão a sua espera para que a santificação ao entrar na casa de meu Pai, lhes seja concedida.
Mil anos?... Mil anos. Tudo pareceu tão rápido. Exclamou uma das mulheres que pela primeira vez se pronunciara.
Assim, outros cavalos e cavaleiros se aproximaram cada um mais forte e mais bonito. Fizeram montaria e foram em viagem adentrar a mansão celestial, guiados pelo próprio Jesus Cristo.
Avistaram a cidade de ouro, com muros de pedras preciosas, e o rio que separava a entrada, o local da batalha final que fora travada, para a conquista da vitória prometida. Olharam as árvores imensas, as frutas grandiosas e foram recebidos com clarins, com harpas, com flautins, alaúdes e trombetas, pois os últimos a ser resgatados acabavam de adentrar aos portões da cidade santa, construída por Deus, para cada um dos seus escolhidos. Onde está Moises, Adão, Eva, Abrahão, Jacó, José, Elias, Sara, Rute, Midian, Maria?
...Calma, eles estão conversando com Deus e em breve todos estarão aqui.
Um jovem se aproxima e lhes dá as boas vindas, saudando-os: BENDITO SEJA O NOME DO DEUS QUE A TUDO PODE.
Cada um disse o seu nome, e ele simpaticamente lhes disse: Meu nome é Daniel e estes são os meus amigos Sadraque, Mesaque e Abedenego.
Quem é aquele moço com uma lira nas mãos? Daniel lhe responde: É o Rei Davi... eu sei... Davi é o pai de Salomão. Responde um dos jovens.
Nisso um estrondo muito forte se fez ouvir. Era o trem que passava ao lado da minha janela, despertando-me de um maravilhoso sonho, em que tive a mais grata satisfação em sonhar.
Não... eu não vi Moisés, nem vi Deus. Mas já sei exatamente como é a casa que Ele preparou para cada um de nós.