MEU NOME É BALBÚRDIA

Meu nome é Balburdia. Nasci nas ruas e desvestindo a roupa surrada e modelada pelo velho entendimento trazido dos dicionários hoje represento juventude, alegria, empoderamento, luta, conhecimento, raça entre muitas outros sinônimos e conceitos adequados a uma língua viva que acrescenta à sua fala os anseios do povo que clama por liberdade...

Meu nome é Balbúrdia e o que significa este nome escolhido por milhões de pessoas no dia de meu nascimento, 15 de maio de 2019, é amplo e revolucionário. Pode ser grito contra a opressão, manifestação contrária ao obscurantismo, expressividade a favor da educação, criatividade na elaboração de cartazes e faixas exprimindo o sentimento do povo.

Ainda. Indignação diante dos desmandos de governantes que fazem da língua portuguesa dejetos a igualarem-se as ações contra o povo. Pode também significar o que sabe discernir o que seja H20, refletir sobre O Processo de Kafka, saboreando um gostoso sanduíche de kafta. E pode representar aquele que não pratica preconceito linguístico contra o agricultor ou produtor rural sem à educação de qualidade, mas que não alivia com um Marreco fantasiado de juiz ou ministro que confunde a própria esposa com um “conje” que não se sabe o que representa,podendo configurar um arranjo societário em negócios da APAE.

Meu nome é Balbúrdia. E não vim fazer poema ou canções, mas, se preciso for, hei de aprender versos com as ruas ansiosas deste Brasil e com orgulho tecer loas ao bravo povo que indiferente à força bruta da tirania, sensibilizado recebeu no dia de meu nascimento a graça de ter uma Santa nascida no seio da terra brasileira. Santa irmã Dulce que fez de mim, Balbúrdia, quem sabe, o seu terceiro milagre. Consistente em elevar o povo sofrido à categoria de dono de seu destino, a ter como ânimo, a escorrer de suas veias, o vermelho da coragem de enfrentar a ignorância, afirmando alto que se arma de livros que educam para se livrar de armas que matam.

Meu nome é Balbúrdia.