UM VERDADEIRO CRISTÃO

SEU OZIAS UM VERDADEIRO CRISTÃO

Quando tocou a sirene da fábrica, seu Ozias se deu conta que já estava na hora de encerrar o expediente, e trocar o turno com outra equipe que retomavam os trabalhos e daria continuidade às tarefas que estava para concluir; serviços que havia começado.

A rotina deste homem nos longos de alguns anos era assim; quando terminando a jornada de trabalho ele se dirigia aos portões que dava para saída, e com alguns passos até a sombra de uma enorme mangueira, onde estacionava seu carro que apesar do tempo que já havia passado, estava ainda em condição de uso, ele tinha condições de adquirir outro carro mais novo que o levaria até o trabalho, mas aquela velha charanga apesar de uma relíquia, ele possuía como um objeto de muito estima, o prazer de tê-la seria o bastante, dirigi-la não ia além de um passa tempo, ou um hobby, era uma brincadeira pilotar aquele aglomerado de lactarias e parafusos sustentada por aquelas quatro rodas, pois a distância do percurso que media do trabalho a sua casa não passava de algumas centenas de metros, aquilo parecia com um brinquedo de um menino.

Neste dia a velha charanga não estava estacionada no mesmo lugar de sempre, porque ele havia levado para alguma manutenção, em uma oficina a alguns quilômetros da ali.

Encerrando o expediente ele planejava ir até a cidade, com o intuito de trazê-la novamente ao seu convívio, com certeza estava pronta para o uso; seu maravilhoso invento mecânico da marca Ford.

Seguiu com seus próprios passos até sua residência que não estava tão longe da li, sua esposa já o esperava com um saboroso cafezinho, e algumas tortas e outras guloseimas que preparava carinhosamente, e ficava esperando pelo seu Ozias, que tinha o costume de ao chegar do trabalho, encerrar a tarde executando alguma canção com seu predileto instrumento que ele possuía com muito zelo, seu violino que veio com sua bagagem, de sua terra natal “Alemanha”, um conceituado musico de formação, e emprestava seus conhecimentos à igreja a qual ele fazia parte como membro.

Fez um pequeno ensaio; tocou aquele instrumento com tantas alegrias parecia que estava se despedindo de algum momento, encerrando com a música dos marches por nome cie lito lindo.

Depois do banho barbeou-se, e após saborear os quitutes estava pronto para sair de casa.

Seu Ozias pretendia ao chegar à cidade dirigir-se primeiramente até a igreja a qual ele era membro, de posse de sua inseparável bíblia, da qual estava sempre em mãos.

Despedindo-se da esposa, atravesso a rua, e pós a caminhar através da plataforma onde os ónibus dava acesso aos passageiros.

Ele embarcou no coletivo e foi rumo ao centro da cidade; onde estava esperando por ele; toda imponente e lubrificada, com os rolamentos bem ajustados e o motor pronto para fazer fumaça, e rodar aqueles pneus ainda novos devidos o pouco uso, e o exagerado cuidados que ele tinha pela aquela máquina fruto de um sonho que seu Ozias estava vivendo.

Este homem era possuidor de uma simplicidade enorme, eram variada as pessoas do seu círculo de amizade, não tinha restrição, sempre foi amigos de todos, ótima relação com os jovens e adolescentes, pois seu Ozias os levavam para os passeios e pescarias inesquecível, de tantas aventuras, a charanga era motivo de festa para todos.

Encarregado da sessão, gerente geral da pequena fábrica, responsável por tudo, Desde a contratação de empregados até os assuntos burocráticos, estes seus patrões empresários confiava em sua eficiência.

Os amigos; irmãos por participar de uma igreja, os demostravam muito companheirismo; cristão muito assíduo pelo caráter e sinceridade com todos. Quando ele estava tomado por alguma alegria espontânea; soltava a voz e entoava um cântico, hino ao qual cantava no coral de sua igreja, partilhava sua amizade com todos, tratavam os como irmão, sem fazer escolha de credo religioso cor e raça e pessoa.

Depois que seu Ozias passou pela igreja adventista, a qual ele participava como membro, por sorte também fazia parte da vizinhança da oficina a qual se encarregou a restaurar seu veículo de transporte; pela a mesma calçada a poucos passos dali estava o barracão de concertos mecânicos, um senhor profissional que ele já conhecia de uma longa data, sempre foi de sua confiança.

No galpão de oficina mecânica em algum lugar da aquela pequena cidade estava estacionada, e fazendo um enorme barulho, com o motor em alto som, acelerando e obrigando o motor rodar; para experimentar se os reparos, e conserto ficaram mesmo aprovados, e, se valeu a pena o custo, e despesas pelas peças em reposição, e tudo indica que está ao gosto do freguês.

De ré a pequena máquina vai se movendo até perfilar, alinhando a sarjeta e estacionar corretamente.

Terminando a negociação com o profissional mecânico, retoma o controle do motor do velho veículo, certeza que tudo estava em seus conformes, sentia-se satisfeito com sua automóvel charanga que corria como uma lebre, com uma agilidade medonha.

Já estava chegando à noite, não demoraria muito tempo, e tudo escureceria, teria que aumentar a velocidade, porque ele preferia dirigir a luz do dia, devido a estrada estar muito esburacada, pois havia chovido muito, aquela tarde desabou do céu um enorme temporal, que transformou o leito carroçável em uma grossa camada de argila, a charanga deslizava com muito perigo, mas porem seu condutor estava firme na direção fazendo o veículo obedecer seus comandos.

Na aquela ponte onde atravessava o riacho, o destino não lhe reservaria boas surpresa, esperava pelo seu Ozias a grande fatalidade, o seu velho carro já havia atravessado o trecho mais crítico da estrada, seu veículo estava rodando perfeitamente, até chegar bem próximo da passagem pela treliça, a visibilidade estava péssima e os faróis estavam deficientes, ele estava correndo um pouco além da velocidade suportável do seu velho carro, der repente devia executar certo comando com mais agilidade e não foi possível, entre a manobra do volante e o deslize no barro que cobria o leito rochoso da pequena via, a charanga perdeu os controle e veio a colidir de fronte com o corrimão da pequena ponte, que o qual penetrou quebrando o para brisa, e atingindo diretamente a cabeça deste senhor que não merecia ter um fim de vida tão trágico como este, ouve-se um barulho muito grande, e a charanga ficou totalmente destruída com umas das ferragens da ponte penetrada pela parte frontal, até vazar do lado traseiro deste veículo.

Naquele começo de noite da aquela sexta-feira seu Ozias se despedia deste mundo que ele tanto amou, nestes palcos da vida ele também foi um personagem que desempenhou o seu papel neste cenário maravilhoso, sua vida que ele prestou com tanto zelo, agora chegara ao fim; ele deixou muitos exemplos de ser humano a ser seguido.

Em uma poça de água barrenta foi derramado aquele sangue vermelho e viscoso; de origem lá na tão querida terra natal "Alemanha" que ficou tão distante destes olhos azuis que agora se fechara para sempre nesta existência.

Uma vida ceifada tragicamente, neste cenário desolador; as rodas do carro cessou de rodar, o coração bondoso de seu Ozias também fez sua última pulsação.

Já estava bem escuro quando tudo ficou em silencio, o sol já havia se despedido junto com a tarde, parecia que estava começando uma noite muito calma, apesar do temporal que havia caído naquela tarde, o céu estava repleto de estrelas que brilhavam com os raios cintilantes.

Muitas pessoas no momento que olharam para o céu tiveram a chance e perceberam uma grande estrela cadente que atravessou as várzeas; local do acidente ocorrido, provocando um clarão resplandecente, parecia que os anjos do céu havia chegado aqui na terra para resgatar alguém muito especial, a mando do pai celestial; isto se deu precisamente na hora que foi confirmado a morte de seu Ozias.

Texto de Antonio Herrero Portilho

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 20/04/2013
Reeditado em 25/03/2022
Código do texto: T4251134
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