Ilustração de Henrique Secundino.

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        QUE SEJA BEM-VINDA A PAZ...

 

 

         
          Ah, bem que eu gostaria de sempre poder olhar tranquilamente para o céu numa noite estrelada e maravilhar-me com sua resplandecência.
          Pela manhã, beber os primeiros raios do sol que desponta no horizonte e bendizer o novo dia que seria igual para todos.
          Olhar para as águas dos rios e encantar-me com sua transparência: águas límpidas desde os mananciais escondidos sob a vegetação que reveste as encostas da montanha.
          Deliciar-me com os frutos da terra, frutos que seriam saudáveis e livres de qualquer pestilência.
          Poder viver tranquilamente, alternando trabalho, lazer e o repouso merecido!
          Ter efetivamente o direito de ir e vir, ser e estar, ter e haver, ouvir e ser ouvido...
          Seria demais imaginar o fim de todos os conflitos?
          Considerar a possibilidade de sermos menos arrogantes, e deixar de sermos indiferentes ao apelo dos aflitos?
          Difícil?... Onde está nossa suposta inteligência?
          Ah, se fôssemos suficientemente humildes poderíamos saber reconhecer a grandeza da criação universal apenas observando o germe da vida que se desenvolve dentro de uma simples inflorescência!
           E se fôssemos suficientemente sensíveis, poderíamos perceber algo a apertar nossos corações quando violássemos as regras de bom comportamento que deveriam nortear nossas vidas!
           Assim nossos corações certamente doeriam sempre que atentássemos contra a natureza, feríssemos a terra, envenenássemos águas e atmosfera, destruíssemos flora e fauna, tratássemos seres vivos indefesos com crueldade e desrespeito, ignorássemos  as bênçaos e os dons de Deus!
           
           Sabemos que a paz é universalmente desejada por corações sensatos, e que dela depende nossa futura sobrevivência!
           Por que então tantos obstáculos?
           Tanta resistência?
           Não estaria na hora de cada ser, que se diz humano, olhar para dentro de si e examinar com honestidade sua própria consciência?
           Seguramente teríamos paz se fôssemos capazes de amar e respeitar a natureza, nossos semelhantes, e demais criaturas, indistintamente...


           
          Henrique Secundino.
          Uberaba (MG), 5 de junho de 2012 (Dia Mundial do Meio Ambiente).
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Linda interação do poeta amigo
                Carlos JotaPê Figueiredo:


A paz, que é tão decantada
em prosa e poesia,
virá quando praticada
nas nossas ações do dia.


         Obrigado poeta, escrevestes em trova, uma belíssima
extensão do meu texto! Ficou perfeita! Parabéns!


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