PAULO PONTES: EXATIDÃO À SOCIEDADE BRASILEIRA

Vicente de Paula Holanda Pontes, autor, escritor e dramaturgo paraibano, é de valiosa importância para a literatura Brasileira. Com uma linguagem bem-humorada, Paulo trata de temáticas populares, colocando em cena o homem brasileiro comum e os conflitos que urgem de sua situação atual. No palco em que ele dirige, a cena é denotada de costumes, convivência e influência social. De maneira crítica, discute os problemas e dificuldades do povo. Enfatiza, então, a subsistência como um tema decorrente da época. Por meio da retórica, dialogava com a população local, fazendo deste elemento sua característica de produção e agindo por meio de um método pedagógico, tentando fazer com que as pessoas enxergassem, por elas mesmas, a própria realidade.

O seu primeiro texto para teatro o torna nacionalmente conhecido: Um edifício chamado 200. Documento cuja temática principal, ambientada Rio de Janeiro, são as ambições da baixa classe média local. Paulo satiriza um povo, segundo ele, “medíocre”, e foca a crítica em um homem preguiçoso que quer ganhar seu sustento apostando na loteria, enquanto sua mulher se esforça a trabalhar. Além de permanente batalhador pela liberdade de expressão, Pontes lutou incansavelmente pela regulamentação da profissão, e esteve presente, em posição de destaque, em todos os movimentos que envolveram a classe teatral. Dotado de uma rara inteligência e uma brilhante lucidez, exercia uma liderança natural através de seu profundo pensamento, que se fez sentir através dos inúmeros ensaios que escreveu e das ilustres conferências que pronunciou.

Empenhado na luta por um teatro que chegasse até o povo, Paulo dizia que se sentia obrigado a tentar de todas as maneiras a reaproximação com sua única fonte de concretude, de contento e até originalidade: o povo brasileiro. Para ele, era essencial o valor do povo no seu palco. Fazer com que a vida se fundamentasse e se desenvolvesse no valor do público brasileiro, o decoro da platéia, ainda que o Brasil não estivesse pronto para o sucesso nem fosse desenvolvido. Dessa forma, em parceria com Chico Buarque, cria a peça teatral Gota d’água, em que o fundamental seria devolver novamente ao Brasil, uma melhor expectativa de convivência social, nos palcos.

Incansável e vigoroso, o dramaturgo, unido a outros quatro autores, produz “A Grande Família”, comédia da Rede Globo em que são abordadas as esfinges da classe média. O conjunto familiar é caracterizado por viver de ansiedade, com altas taxas de aluguéis e falta de perspectiva de vida para a juventude. Grandes considerações são feitas face a sua performance no exterior.

A literatura atual abriga grandes entalhes de seu talento acadêmico, tais como o Teatro Paulo Pontes, na Paraíba. No mesmo, são realizados grandes eventos culturais e festivos, promovidos para exaltar o valor de um regionalismo vernáculo.

Wilder F Santana
Enviado por Wilder F Santana em 10/06/2010
Reeditado em 04/07/2011
Código do texto: T2311771
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