NORMA APARECIDA...Fugiu!

 

As cruzes foram muitas, as dores..quanta agonia...apesar de todo o peso que carregava, a tudo enfrentava com fé, coragem e determinação. Sempre solidária, à todos se doava e, um dia acordou dona apenas de si, pôs uma mochila com barras de cereal, água, chocolate, hidratante, filtro solar, repelente e algumas frutas menos perecíveis. Colocou um moletom confortável, com blusa leve por baixo, tênis para caminhada e um boné engraçado. Deixou um bilhete extremamente simples..FUI E VOLTO, só vou me recarregar. Abençoou sua casa, pediu a bênção do Pai e, seguiu para um bosque há muito conhecido e, também ao qual não visitava, há bastante tempo.

 

Enveredou pelas trilhas suaves, arborizadas, floridas lindamente, com pequenos laguinhos de águas cristalinas, respirando ar puro...cheirinho de verde úmido, só delícia. Curtia pelo caminho, as bênçãos divinas da Mãe Natureza, com alegria no seu caminhar.

 

Os passos eram mais curtinhos, calmos, pois a amadurescência era presente e, segurança em primeiro lugar. Algumas vezes acreditava, que as flores batiam palmas pra ela, sentiu na alma, como um incentivo perfumado e motivador.

 

As folhas nas quais às vezes esbarrava, se sacudiam, como que agradecendo o carinho do contato.

 

Norma absorvia toda a força daquela caminhada, parava de quando em vez, para se hidratar e beliscar alguma coisinha, a paz penetrava em cada poro seu, como um soro energizante e fortalecedor.

 

Parava nos laguinhos, molhava o rosto, refrescava os pés e, deitava sobre a relva, admirando o céu azul. Ria sozinha, quando se pegava imaginando bichinhos, no formato das nuvens. Sentia-se uma menininha, livre e inocente.

 

Foram algumas horas, onde como se fosse uma bateria de celular, ia se recarregando. O bloco de notas que carregava, vibrou com as poesias que compôs pelas trilhas. Quando à tardinha, já tinha um tom mais avermelhado no céu, fez com calma o caminho de volta, cheia de energia.

 

Chegando em casa, foi recebida com um lanche saboroso, sorrisos, beijos e abraços familiares, só harmonia. Fato é, que as vistas andam embaçadas, os problemas não somem, só não podem paralisar a sua vida, mas, naquele terno instante, o que lhe embaçava os olhos e, embargava a sua voz, eram lágrimas de gratidão e alegria.

 

 

 

 

* Norma Aparecida Silveira de Moraes, nossa amiga e, talentosa recantista, meus carinhos, respeitos, gratidão e admiração. 

 

 

 

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 07/09/2022
Reeditado em 07/09/2022
Código do texto: T7600467
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