CAMÊRA ESCONDIDA

Os milionários anfitrões Olavinho e Lilian, eram famosos por suas festas do tipo 'onde ninguém é de ninguém' e o ar tão adocicado, que não havia quem não ficasse inebriado. Contratavam um DJ da moda bem eclético, mulheres estilo modelo e joelhos que não mais se juntavam, comidas e bebidas em profusão, serviço de esbórnia e luxúria de primeira classe. Só que aquela em especial recebeu a visita de uma penetra singular, Belle Fernan, ninguém a conhecia, mas, ela deu o sobrenome de um poderoso senador, o que lhe valeu como aval, além disso era uma ruiva fenomenal de longos cabelos e incríveis olhos azuis, sendo assim se misturou rapidamente à nata tresloucada. 

Depois muito champanhe, absinto e todo tipo de estimulantes, roupas lançadas pelas cadeiras, sofás, pista de dança, acessórios e joias espalhados por todo lado, uma altiva penetra ruiva, passa sóbria em direção ao toillet, enfeitada de cordões, pulseiras e braceletes cravejados de pedras preciosas caríssimas, parecia uma rica árvore de Natal, com a bolsa repleta de brincos, dólares e outras moedas. No reservado cheio de corpos se entrelaçando ávidos, a peruca ruiva e as lentes azuis vão para o lixo, surgindo como de um casulo, uma loura de curtos cabelos e olhos castanhos, que passa pelo portão da mansão sem problemas, pega um taxi, se hospeda num hotel cinco estrelas e depois de um demorado banho de imersão, dá um telefonema e aos suspiros, deita sobre sua fortuna. Ah! Olavinho, sua péssima memória é meu grande trunfo, pensou, seus dois filhos bastardinhos rejeitados chegarão amanhã e terão o final de semana mais maravilhoso de suas vidas. Quando chegasse à Austrália, a internet estaria repleta das diversas fotos da festa tresloucada, foi muito boa a grana que recebeu da imprensa marrom, fechou os olhos castanhos e dormiu profundamente.



 
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 27/03/2019
Reeditado em 28/03/2019
Código do texto: T6609164
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