Paradeiro
Sobre uma letra ainda não escrita, escrevo
Sem transpô-la em saudade
Mas, ai! A demora da vida em vingar-se
Sobre os espinhos ressentidos de rosa!
A demora esculpida na água que se solidifica!
A mente se cansa de tanto ouvir
E não importar-se com nada
É seu pleno decidir.
Nado estreito, peito inflado,
o espírito traz, num embaraço,
Parado, distante está do paradeiro
Dos pensamentos sitiados,
Nem o espera,
nem vive, nem reza.
Trazer cativo o Aquilão, pudera
Gastos loucos em quimera!