Doce refrescância
Sem tomar banho há alguns dias, naquele tarde efervescente de sol, a dona Galinha banhou-se numa banheira (em nome da verdade, banhou-se em um buraco) de terra desfoliante.
Cheirosa, perfumada, cacarejava e galanteava o dom Galo esporudo do terreiro, que sem resistir a tentação, deu para Ela o amor que Ela mais queria. Passados uns dias, aninhou-se.
Às vezes um banho, as unhas esmaltadas, um indecente rebolado e a troca de algumas penas, atrai e faz a diferença na relação conjugal dos galináceos.
As cuícas roncam na madrugada
Pelo estilo do desfile, dos ruídos e batidas da bateria, que vararam a noite, foi o bloco Pés de Ratos da Madrugada que desfilou em cima do forró de minha casa. O interessante é que dispensaram a despensa, adotando o forro como passarela. Talvez pelo tamanho do espaço e o número de foliões que participam do bloco. Outra curiosidade é que não fui consultado sobre a mudança de local do desfile.
Bem, pouco importa conjecturas indagativas. Tenho é que lhes ser útil. Empatia, querer bem e altruísmo desmontam montanhas e tapam abismo com a terra, formando passarelas de amor.
Pararam quase agora. Devem estar bêbados, sambados, famintos. Vou preparar um prato de carne vermelha ao molho chumbinho para os foliões.
O gigante e o Nanico
No humanismo interativo entre os dois, o menor exclama: abaixem os galhos, que Eu coleto os frutos.
Narcisismos
Pior que o fofoqueiro de Sapp, é o futriqueiro que além do Sapp, faz o boca a boca nos portões das casas.
Essa espécie é praga lícita inominável, que nem a tecnologia usada pelo Coronavírus dá um basta.
Excluindo a simbiose entre o Gigante e o Nanico, não tenho dúvidas que ratos e narcisistas têm muitas coisas em comum; pois causam transtornos e dor cabeça nos que os rodeiam. Sem o menor remorso e compaixão, tiram a paz, mesmo.