Provérbios em Prosa
Salpicadas
Folhas mortas no chão,
Vidas em folhas de caderno.
Por aqui ventos e folhas secas outonais. E se as procelas e nevascas formadoras de avalanches não detém as notas, acordes e harmonias do mais puro e sublime Rock and Roll, não será ventos outonais que o deterá.
Então, mais grave, mais agudo, mais volume nas caixas, mais tudo. Solicitação atendida, as rijas e corpulentas estruturas de concreto puseram-se em pé, ouriçaram a cabeleira e agitaram a tarde ao som alquímico da banda Agnes Strange.
Liame
Sob silêncio absoluto,
Um homem vacante conta as passadas em uma estrada deserta.
Estáticos, respeitosos e absortos,
os Marcos de quilometragem observam a matemática dos pés, contados pela mente.
Ruído e silêncio:
Duas ondas que caminham:
Ora distantes,
Ora próximas.
Ora contrárias,
Ora na mesma direção,
Não paralelas.
Nuvens incendiárias
Em céu incandescente.
Adormecido crepúsculo vespertino
sobre as colinas verdes.
Miojo Lamen
Quem curti comer tudo pronto e instantâneo, engoli o vírus Corona sem apreciar o sabor. Esses bicho incrível acelular, é insosso e quase invisível. Mas apenas quase...; porque nem tudo no universo materializado alimenta-se do quase.
Embora que, quase o mesmo pode-se dizer do crepúsculo vespertino. A diferença é o primeiro é a síndrome da depressão sorumbática, e o outro, é renovação multicolorida de vida em nuvens espraiadas.
A beleza não é para ser vista, mas sim, apreciada, contemplada; e os verbos apreciar, contemplar exigem maestria de olhos ternos para conjugá-los.
A beleza contida na simples humildade das cores, turbilhão ou placidez das águas, imensidão do infinito e borboletas que vagueiam nas flores, está à disposição de todos, mas não é para todos os olhos.
Contrário das águas estacionárias,
A tarde foi bela.
Foi...; por que igual à vista,
Outra mutação não haverá!
Fora os ruídos que retumbam montanhas e neurônios por horas e horas,
A eternidade não passou de 15 min.
Horizontal ou Vertical?
Se der tempo, aguarde até mais tarde a nova contagem de mortos pela Covid; pois no universo humano, quem não aprecia a Vida, morre.
Portanto, quem não se movimenta pela Vida, pede Corona, ops: carona para a Morte. E ela, subserviente, prestimosa, solícita, bondosa, frágil que é, abre a cova.
E ainda recita versinhos como epitáfio: "folhas mortas no chão;
Vidas em folhas de caderno.
De agora em diante,
Fechado. Lacrado".
Tô com Bolsonaro
A alfabetização é prejudicial ao brasileiro. Com o básico de instrução, ele na certa não quer mais puxar o arado. E passar pensa só em leis, polpudos salários, direito, quarentena e aposentadoria. Se mete até saber de política.