Volume da Massa Bruta
Estávamos eu e minha ex-esposa pré-parando o voo nupcial, quando de súbito, ela disse que para solidificar a felicidade à dois, precisávamos conceber um filho.
Ouvi atentamente seu rogo; e em seguida dei meu parecer: "para quê precisamos de um, ou mais filhos? Em quê ele(s) pode(m) ser útil a humanidade, ao Planeta, à Natureza ou ao seu vizinho? Foi-se a época que gente era necessário e dava lucro ao Planeta, mulher".
Dormiu emburrada. Ao despertar do dia, por volta das 9h, toca a campainha: era o advogado dela com os papéis do divórcio.
Sem pestanejar, assinei-os e comentei com o doutor "Pacificador dos Lares": "no sistema capitalista, o qual preferem dinheiro à liberdade e autonômia, gente é prejuízo". - calado estava, calado permaneceu.
- falta, somente o pagamento de meus honorários, senhor Mutagambi.
- Viu, o Doutor das Leis comprova a minha verdade! E o que mais me deixa encafifado, é que o nobre Rábula assina por ela, mas quem paga pela assinatura de ambos, sou eu.
No sistema brutal humano, imposto pelo dinheiro, o que não é produtivo e lucrativo para mim, além de escravismo ocultado pelas leis, o é para alguém. Entretanto, existe um porquê: aumenta, engorda o volume da Massa Bruta, sobre a qual, alimenta e nutre a pirâmide biológica/social.
Fazendo-me entender, pobre é, e continuará sendo pobre; e rico, é rico. Igualdade e justiça são invencionices de políticos, que a Massa Bruta lambisca sem o menor questionamento.
P.S.: humano é, quem esclarece, doa seu tempo e labor, quer bem, sem no entanto, levar em conta as teorias humanas; pois, para ser, deveras humano, não há necessidade de estudar humanas.