Doce Ilusão

... Luzes de cristais espalhando sua doçura sob rostos desconhecidos, candelabras acalentando um ambiente ainda frio em meio a este frenético mundo donde hoje eu voltei...

Caminho entre esta plenitude, entre esses sorrisos que são meras ilusões de eixos vazios e sem sentido... olhos que acariciam tua alma no mais leve sentimento, entre a alquímia do tempo sem destino e sem fim.

Meu riso, um som vazio vindo de uma imagem criada por dedos de fada e fantasia e não da plena essência que eu sei tão bem esconder, a ilusão de um ser sem limites mas no entanto, uma alma fria.

Conversas sem contéudo, palavras trocadas entre esta minoridade que consegue segurar minha atenção temporariamente... entre elogios que saíem e entram sem deixar um rastro de intenção ou de razão.

Roupas cintilantes, máscaras perfeitas, ilusões comoventes e corpos rodopeados por delicadezas sem preço... siguo caminhando entre esta multidão rumo ao silêncio que procuro nesta noite sem definição.

... Paz e beleza finalmente encontrada neste belo jardim, uma joia no meio deste teatro da vida que segue sua apresentação em frente ao meu olhar mas aqui não preciso fingir nem representar...

O ar da primavera acaricia o meu rosto no seu mais doce sopro... Levo a taça de champagne aos meus lábios, uma gota caí sob meu vestido de cetim branco... o tempo pára, somente o som da agua da fonte que me leva ao teu encontro...

Fecho os olhos para melhor te receber nesta tua suave carícia sob a minha face, sensação que me faz viver... sinto o teu olhar me penetrando insinuante no líquido embriagante do teu beijo entre meus lábios de carmim...

Amar!... Tamanha a felicidade e a euforia de te sentir aqui em mim que uma lágrima solitária desliza lentamente sob o pano branco para logo desaparecer no confim do tempo deixando uma tristeza sem par...

O que eu não daria para eu poder afundar-me nos teu olhos neste momento desta noite que não tem fim... o que eu não daria para poder te tocar, te amat e no silêncio deste jardim, simplesmente te olhar...

Naufrago nas saudades do que ainda não foi, nessa felicidade que sei que se encontra esperando em algum canto deste mundo... que hoje me corroí e corta minha alma e este mero corpo sem qualquer piedade...

Sim, hoje sou apenas uma mera ilusão, um poço de solidão que carrega em seu eixo, o coração que te nomeou o eleito desse amor e que por a primeira vez sabe viver sem medo e sem dor, na amplidão de tu e eu...

Salomé

Essays "Madrugadas sem fronteiras"

Salomé
Enviado por Salomé em 19/04/2008
Reeditado em 29/01/2009
Código do texto: T952735
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