Escalada para a Liberdade
Disseram que eu não podia, mas fui lá e fiz.
Disseram que era difícil, que eu não seria capaz, mas eu consegui.
Disseram que não era para mim, que eu sofreria por ser sonhadora, mas eu encontrei minha dignidade roubada e construí o alicerce para realizar o que sonhei.
Disseram que eu jamais seria feliz, mas eu aprendi a sentir a felicidade dentro de mim.
Eu persisti. Segui. Acreditei mais em mim do que imaginei. E cheguei aqui, onde reconheço todas as batalhas que venci.
Escalei o fundo do poço. Lidei com seca, inundação, lama, escombros, detritos e intrusos pelo caminho. Regredi na escalada mais vezes do que gostaria, quase desisti, mas não sucumbi. Alcancei a superfície.
Agora, posso explorar novos percursos, mas estou exausta. Exausta da insegurança constante, do medo, da limitação, da escassez. Exausta do desgaste da luta pela sobrevivência. Antes de seguir, preciso me recuperar. Recobrar as forças. Me apropriar de quem me tornei para traçar novos objetivos.
A segurança que construí me deu permissão para ir além, crescer, resgatar sonhos engavetados e me realinhar com meu destino. O que antes era apenas intuição, hoje é certeza.
Tentaram me convencer de que tudo era uma ilusão, que eu estava metendo os pés pelas mãos. Mas eu sempre soube: eles é que estavam hipnotizados, presos à manipulação de um sistema devastador.
Eu me libertei. Materializei o que sonhei. Agora, posso validar o que acreditei. Reafirmo para mim: eu não estava louca.
Eles que continuem reféns. Eu não volto para o cativeiro. Gostando ou não, terão que admitir: eu estava certa. As limitações que projetaram em mim eram deles, não minhas. É mais fácil me rejeitar do que encarar a dor da realidade. São fracos, não enfrentam a verdade.
Eu não me submeti. Não desisti de mim. Não aceitei o lugar que o patriarcado tentou impor. Agora, consciente do meu valor e do meu poder pessoal, finalmente dou tchau.
Porque o que Òsun permite, nada pode parar. Água contorna qualquer obstáculo.
Yêyê ó