CUNVERCÊ NA BOCA DA NOITE
Dentro deu, num mora malassombro e nem pensagem de mardade dessas que futuca o peito traquinando o juizo.
Dentro deu num tem vizagem de coisa de agoro e nem de grito d'alma condenada que prantea sofridade.
Socê quer cunversar, cunverse coisa de gente grande de pessoa de fé sem contar de matança de homi pervesso e traiçoeiro qui vévi de apertá o dedo in boca de fogo di carabina que cospe chumbo de tocaia arrancando desse mundo vida de vivente dasveis inté inocente.
Mas qua... cada um carrega a sina traçada in vida, pa quando chegar nazora da morte nun se aguniar tanto na sofridão do partir daqui pa ôto mundo.
Discunjuro di gente traiçuera que visita o outro ja virificando o lado que ele vai cair quando receber a carga de chumbo amiudado e quente no corpo.
Atirador num tem pena de quem morre, é so um negoço de contratança pur quem paga pa ver o outro morrido dispachado da terra, as veis por um nada nessa vida.
Vingança, traiçuerage, covardia, quem se havera de gostar disso?
Deus do céu, o criadô da vida, das terra e das água, Ele chora quando vê tanta mardade no coração do vivente que ele feis, mas num feis pa fazer mardade não.
O cramunhão é que entra na cabeça dos homi mau, indurece o coração, domina seu juizo e ele se perde a cometer matança cuma se fosse argo normá. E purveis até que é, pois quem morre é quem perde a vida e o mandadô so fica isperano a nutiça da incomendação da alma de quem se foi. O matadô vem pamodi buscá o combinado pelo sirviço, sem nem dá ligança pra quem deixou isticado no chão pa nunca mais se alavantá.
O cão é tinhoso, pervesso e covarde mas tem medo de cruz, de oração e das cantigas que o povo fais falano de Deus pai.
Ele mija de medo e se fede di inxofre só discutar o nome de Deus.
Ele treme, renge os dentes e se papoca prus quintos duzinfernos pa nun iscutá o nome sagrado.
Mas pa isso, o vivente tem de andá carregano fé nas caxa dos peito e se benzeno pa se livrar das mardades do mardito.
O cão chora quano se ouve o nome de Deus pai.
Eu? Eu tenho acreditamento nas coisa que os mais veios contava nas rodas das fugueras nas noites de lua.
La, eles falavam tanto no Deus antigo que arribou o mar in duas bandas pro povo passar e se livrar de persseguimento dum tar de faraó.
Historias bunitas, palavras de pais e di amor.
Assim é que deve de sê o vivê das pessoa que num se abraça cum mardade.
É, é bem ansim que avera de sê nas semeagem dur dia que a vida nos tange aos zoios pa vivê.
E puraqui findo e lá me vô pelas veredas do distino lutando pa num mim topá com o bicho sujo pelo caminho.
Inté e amém.