SILENCIOSA NOITE
Os olhos percorrem
um vazio existencial
que transforma
os dias
rápidos momentos em anos,
que consomem
e me consomem
em décadas
num vago piscar
onde descansam meus olhos...
E esse agora
pairando sem graça,
absorvendo soluços
lançados ao vento,
bailando feito pétalas
em frente aos ponteiros cruéis
pendurados na parede
ou numa tela qualquer.
O Som que não ouço
na noite soturna,
da imensidão:
a lua
correndo das estrelas,
silenciosos pontos cintilantes
no breu... E eu?
Os nós que laçam
apertando o peito
num breve pulsar.
Um riso frouxo
de apagadas lembranças,
desenlaçando apegados sonhos
absorvidos, soltos no espaço,
rodopiando,
virando sono que apagam pensamentos,
revirados nos lençóis
olhos cerrados em acenos fatais,
pontuando fatos.
Nada mais...