SILENCIOSA NOITE

Os olhos percorrem

um vazio existencial

que transforma

os dias

rápidos momentos em anos,

que consomem

e me consomem

em décadas

num vago piscar

onde descansam meus olhos...

E esse agora

pairando sem graça,

absorvendo soluços

lançados ao vento,

bailando feito pétalas

em frente aos ponteiros cruéis

pendurados na parede

ou numa tela qualquer.

O Som que não ouço

na noite soturna,

da imensidão:

a lua

correndo das estrelas,

silenciosos pontos cintilantes

no breu... E eu?

Os nós que laçam

apertando o peito

num breve pulsar.

Um riso frouxo

de apagadas lembranças,

desenlaçando apegados sonhos

absorvidos, soltos no espaço,

rodopiando,

virando sono que apagam pensamentos,

revirados nos lençóis

olhos cerrados em acenos fatais,

pontuando fatos.

Nada mais...

Crisalida
Enviado por Crisalida em 26/11/2024
Código do texto: T8206062
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