O passamento dos lamentos.

 

Não se foge da própria dor,

Ela é prova que faltou o corretor, 

Nos teus textos de contextos desvairados,

Escritos no breu das lamúrias,

Desviados dos plenários da consciência e das cúrias.

A dor cavalga nas escolhas,

À trote, num pêndulo isócrono, sem pressa, 

Sejam boas ou equivocadas…

A dor lateja ao fincar suas esporas,

Ao puxar suas rédeas, rasgando línguas e lábios,

Entortando o dorso cansado, com o peso da sela…

E se foi péssima a escolha, a dor aciona o chicote,

Que arranca pelos, rasga pele… 

Galopa por cada terço do corpo… dor própria, obsessiva até...

E é longa a jornada, a depender das semeaduras,

E as colheitas são dores horríveis, sem cura… 

As pelejas vão além dos pastos,

Além dos horizontes e dos arco-íris.., 

A própria dor... ou dor própria, 

Dói até que o adiantamento e o merecimento,

Exitem laçá-la e adestrá-la, até que o conjunto, escolha e dor,

Saltem os obstáculos terrenos

E conquistem o pódio da fluidez,

A apoteose das lívidas Mansões, 

Após um desencarne aloucado, sucedido a passo levitante, 

Num “mix” inefável, entre o etéreo e o sideral.