Entre Sombras e Luz. (Memórias do Amanhã nos Caminhos da Consciência)

Sabe...

Eu costumava ser muito apegado ao ontem.

No passado eu era mais feliz,

eu era mais magro,

era mais sorridente,

mais saudável...

Eu era mais bonito no passado,

passado tempo passei a comer demais,

de mais em mais só mal me faz

e bebo tanto que até o doce já tornou-se amargo.

Ontem eu era mais jovem, fato.

Ontem fazia coisas mais interessantes, talvez.

Ontem... tinha menos do que tenho hoje.

Menos tristeza,

menos horror,

menos desprazer,

menos dor.

Eram muitos tantos menos que ansiei pelo amanhã,

no caso, hoje.

E nessa correria de que amanhã vai ser maior, melhor e MAIS.

Percebo-me mais desalegre e com menos paz.

Mas, mais pás,

pois nas vidas passadas do universo carolínico,

nasci egípcio, então, levarei comigo tudo que conquistei.

O esquecimento dos sorrisos mais belos que beijei.

Os sorrisos que apagaram da minha mente quando

apaguei as velas enquanto cantavam "parabéns para você"

para mim.

Revisito minha memória de 20 anos

atrás eu já estava sofrendo, e hoje, só tenho 27.

(Uma pena não ser Robert, Jim, Janis, Jimi, Brian, Kurt ou Amy... faltou-me talento).

E morrendo em meus desargumentos escarnecidos...

Deito-me nessa imensa vala com o que sobrou,

além de todo meu nada, os poemas esquecidos

de um tal de Alexandre Cezar Filho.

Eles costuraram minhas lágrimas em livros,

que se costuraram em minha pele,

mudando a minha linguagem corporal de desejado a deprimido,

mais rápido que se por acidente fizer um filho.

Pulo sobre o Carnaval,

por ser um médium esponja, absorvo toda dor.

Espero que lá embaixo tenha menos gente.

Sem paz me deito e não mais me levanto.

Agradeço a quem atendeu meu pedido: adoçou meu choro.

Pois, fui eu quem salguei as águas dos oceanos.

E em dia de chuva me pergunto...

Quem cuida desses que só Deus sabe o nome e se molham nos sinais vendendo panos?

Uma criança nativo brasileira me doa um pano de prato e olha para o céu.

Saio e deixo que a água invada meu carro, molhado pelo pranto do meu amanhã.

Fico feliz hoje por pensar...

Ao menos estarei ao lado de Deus.

E após todo esse tanto,

choro de alegria.

Eu vou para casa.

Alexandre Cezar Fh
Enviado por Alexandre Cezar Fh em 02/03/2024
Código do texto: T8011201
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