PÁSSAROS EM CATIVEIRO
Os pássaros têm asas para voar. O espaço infinito é deles, pois necessitam de liberdade para alçar voos, cantar, fazer seus ninhos nas árvores...
Por isso eu faço um apelo a todas as pessoas que os mantêm presos, como se eles fossem perigosos bandidos, condenados por algum tribunal: para que deixem os bichinhos livres, abrindo as portas das gaiolas, que são verdadeiras penitenciárias de segurança máxima, até o fim de suas vidas.
São condenados à prisão perpétua, sem nunca terem cometido qualquer delito. Ainda conseguem cantar, para deleite de seus donos, seus senhores. Não é justo mantê-los presos.
No meu entendimento de criança, já achava o cativeiro uma coisa errada, uma covardia. Soltos, eles se defendem sozinhos, não precisam de nossas migalhas.
O papagaio, único pássaro que fala, aprendeu a fazer versos. E assim começou o poeta: “Soltem-me, seus filhos da...”. Não! O certo é assim:
Nós vamos entrar em greve,
Ninguém cantará na prisão,
A nossa vida é tão breve,
Abaixo a escravidão!
Toda pessoa sensata,
Que tem ave em cativeiro,
Deverá soltá-la na mata,
Para cantar o ano inteiro!
Com o poeta assim declamando,
Seus donos ficaram bonzinhos,
Libertaram, quase chorando,
Os pobres dos passarinhos.