com amor, 2024
Cabem ao menos duas mil e vinte e quatro formas alternativas de articular o querer. Mas torná-lo factível requer delimitar prioridades, qualquer que seja o tempo dado. Querer justiça social, políticas públicas que transformem conceitos, vidas, onde estas estiverem. Onde caiba a liberdade. Não a que os tiranos preconizam, em que a Democracia é só blasfêmia... mas a que a verdade traz como força prévia, condicional; a que qualquer um cumpre em si mesmo, quando o outro é agente, também.
Cabe sonhar de olhos despertos, vigilantes. Porque o horror dos anos passados não pode voltar. Porque é preciso querer para ontem, com a pressa dos enamorados, o amanhã das promessas cumpridas.
Porque a perspectiva é uma prece que se fez antes que a voz se abrisse, quando a alma já não tolera conviver com retrocessos, cabe dizer, com paciência e energia, que o amor não é submissão ou poesia de rima fácil; sonho de coração imaturo; flerte ou self de qualquer classe... A gente que almeja um país mais justo não presta concurso para otário. A pátria tem pressa do que nos mobiliza: o sangue que ferve e os olhos que inundam são dos que trazem séculos de sede, fome; febre de avanço, gana de evolução.
Cabem, por fim, gestos um pouco cansados, sorrisos esparsos e, talvez, descompassos. Nada, que altere, no entanto, o brilho dos olhos: hoje já é Amanhã.
Célia de Lima.
"Continuai, portanto, avançai, incessantemente. Seja a vossa divisa a do progresso, do progresso contínuo em todas as coisas, até que, finalmente, chegueis ao termo feliz da jornada."
Luís. Bordéus, 1861. O Evangelho Segundo o Espiritismo.