Dois corpos na Noite
Alcançam o salão de dança em rodopios
Num esvoaçar da alma traçando o piso
Um vento forte desenha o paraíso
Olhos, quatro diamantes azuis iluminados.
Segue a dança e num molejo suave,
Num soltar de pernas e grandes suspiros
Vão a misturar o suor, braços e ritmos
Ao que se dar no pulsar atrevido aos mitos.
São corpos famintos num entrelaçar de colchas
A jorrar toda fonte de desejo em suas bocas
A se entregar a cada nota do piano em plano
Que na troca da saliva buscará o desejo insano.