Um grito
Sempre quis que minha escrita soasse desconfortável, agressiva, que eu embarcasse em fotografias precisas dos momentos com a mesma naturesa disrruptiva de um grito. Sinto vontade de gritar sempre que sinto vontade de escrever, ainda sim, escrevo mais que grito, pois jamais grito e é certo que raramente escrevo. Há inúmeras formas de gritar, e isso pontua a parte mínima do que espero desta colocação. Acredito que o barulho que faço acaba soando diferente, não mais cuidadoso, acho. Mais melancólico, talvez? Certamente menos mal educado do que o que motivou minhas primeiras ações. Nada disso implica em pretensões ou algo do gênero, boa parte de toda conjectura é sobre vislumbrar mais liberdade dentro da falsa liberdade, num processo que é mais amplo do que meus olhos enxergam, que nada de real se traduz da realidade se não o alimento ao meu próprio desespero. O real não é coisa séria, o real é um argumento classista, desnecessário. E o futuro, se deuses quiserem, serão de um universo pessoal repleto de linhas e maiores bostejos