Sexo
Existem coisas jamais explicadas, que são tão belas, que é como visitar o passado, encontrar-se no presente e através da transcendência onírica, projetar o futuro.
Difícil de entender e não menos, de assimilar, a arte de fazer bem feito e com amor é isso.
Retrospectiva:
Até os 40-45 anos escrevi parte de minha biografia, depois da idade citada, estacionei no tempo e o máximo que tenho feito, é revisa-la; porém, não nego que à cada ano passado, os desafios da revisão são mais acentuados, uma vez que a caneta treme na mão, as linhas da folha, ora embasam, ora duplicam devido a visão turva, a memória flutua entre o esquecimento e a história vivida.
Daí, concluo que engana-se quem acredita que nunca é tarde para edificar uma obra, qualquer. A dica é iniciar os capítulos da obra cedo, para termina-los cedo. Assim o livro ficará mais completo e bem revisado.
Sob as cores do Arrebol:
A saudade é um sentimento aprazível.
É lembrança de quem um dia chegou sem esperado;
Do amigo sincero que por um segundo foi esquecido,
E pela vida inteira,
Lembrado.
Recordação de ombros derramando lágrimas,
Sorrisos de canto a canto na boca,
Transbordando euforia.
Saudade é aperto no peito,
dilatando o coração,
Assim cita a canção.
Com ou sem emoção,
Saudade tem sabor,
Mel ou fel,
Recor(d)ação.
Saudades são histórias:
Boas histórias de quem as contou para o bom ouvinte.
E o bom ouvinte,
Para outros bons ouvidos,
Teve histórias para contar.
Então, boas histórias são repassadas,
Através de dedos de saudosas prosas,
Retomadas.
Sob o falecer das cores do arrebol,
E o perfume da aragem vespertina,
Os polinizadores e pássaros recolhem-se,
Lentes noturnas ajustam-se nos olhos,
As candeias põem-se de pé,
E a saudade pede colo.
Prove para si que tens coração de pedra e saudade da cabeça apoiada no ombro ou de olhos fechados, o corpo esparramado no colo amigo, nunca sentistes!
Breve lapso de Insanidade
O desconhecido, anonimato. A escrita, revelação; e segue a carruagem sem rumo e endereço percorrendo o labirinto das Alamedas Flores. Cada parada, uma troca de pneu, uma bebericada de água na fonte dos prazeres, uma molhada nos pés, um olhar no vazio, um trago no improvável, um berro direcionado aos moucos: "ei, psiu! O que fazes aqui, sem lenço, vagando ao léu, sem responsabilidades com as flores, nas quais feito polinizador desrespeitoso, sugastes o néctar; sem compromissos com os relógios e calendários que assinalam vossas conquistas; vamos, responda logo!?"
Resumindo tudo, uma nova história para contar. Um novo alento que transcende e perfuma a alma. Sobretudo, por que viver no paraíso "do faz de conta", não permite insanidade todos os segundos, todas horas, todos dos dias, todos meses...; a vida inteira. Livrar-se dos olhares caluniosos e ser livre, é perigoso.
Pronto, conte-me sua história! Voltei ao paraíso da normalidade.