Cafuné no Destino

 

Há uma sede, fome, um oceano de ternura,

Há um voraz desejo que se expande,

Há gastura, ansiedade sem censura;

Há um trançar de pernas e textura.

 

Uma alma inquieta viaja ao dormir 

Muitas portas se abrem e a deixa existir,

Toques, delírios, um cafuné no destino, 

Uma nova noite, um ônibus, um sino.

 

Não para o derrame do constante dizer

Não morre porque as marcas a saber

Vem a flor da pele, vem a flor da pele ser,

Trás um cheiro forte de maresia a ceder

Aos caprichos da dor do gozo inexistente. 

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