Ventos, Signos e Sonhos
Embora Eu saiba que é muito esforço para nada, ainda imitarei o vento e não só passarei pelas entranhas das folhagens, como também as farei farfalhar uma dança leve e suave; que nada mais é, a dança estimulante do refazimento.
Pensando melhor, o tempo passou e quando Eu tinha forças para realizar tal proeza, acomodei-me na zona de conforto; e agora sentindo-me decrépito, debilitado e escorado sob um pedaço de madeira, chamado bengala, noto que por onde caminho, não há mais vento.
Com efeito, as folhagens silenciaram-se, desfaleceram-se tombadas sobre os galhos; restando-lhes apenas as recordações dos ventos que as fizeram felizes.
E Eu no meu canto, nos momentos de apego íntimo, pego-me perguntando se sou lembrado por alguém; pois a saber, enquanto a paciência e a tolerância alimentam a vida, a curiosidade alimenta a esperança.
Entre mentes, olhares, risos ou lágrimas, trocaram o bate-papo crepuscular de fim de tarde em roda de amigos nos passeios que dão para portas e janelas vizinhas, pelos signos e símbolos linguísticos separatistas de redes sociais; porém, a frieza dos relógios e signos dizem algo, mas nenhum deles retratam a quentura de sentimentos e emoções de corações ternos.
Fazendo-me entender, coração é músculo estriado e fica guardado, escondido no lado esquerdo do peito; e não adianta abrir um sorriso e mostrar a sua forma geométrica com os dedos das mãos.
Corações pulsantes, vigorosos e sanguíneos, são como feitura sexual; e exigem afinidade, passeio pelas intimidades, frequência cadenciada e esxudação, culminando em contato avassalador realizatório.
Afinal, os signos, notadamente, os virtuais, conduzem-nos ao ato mecânico, ao ato inexpressivo e friamente, obrigatório.
Apenas um adendo:
Se nem com os olhos abertos Xiping vêm ao Brasil, Lula vai à China de olhos fechados.