Reflexo
Olá!
Gostaria de saber como tens passado.
Como está a tua caminhada?
Como anda este teu peito em meio ao frio e morbidez, calor e vida, e todo o emaranhado que o tempo ressoa?
Me diga, em qual estação, estacionaste teu coração?
O que te alegra e o que devanece o teu sentir?
Acaso, tens andado soltando o pesos dos pés?
E sob a linha, imprecisa, tal qual o equilibrista, tens ateado fogo ao medo espreito?
Ah, eu tenho tantas perguntas...
Me diga,
é possível guardar o belo dentro de si, mesmo quando a feiura das ações humanas, nos roubam a sensibilidade, afanando as roupas da empatia?
E como agregar beleza aquilo que o ego, por si só, desmoronou em questão de segundos?
Sabe, tem dias que o sorriso fica reprimido, dentro de mim. Eu vejo as dores do mundo e não posso arranca-las de ninguém...
... uso o espelho como expectro daquilo que eu gostaria de fazer e não faço; extraio o que me convém, e sigo. Sinto tremer as carnes de minhas estruturas, em gritos de dor e apelo por dias melhores.
Assim, espairo e aqueço o peito, almejando que a esperança venha me beijar nas madrugadas de poesias densas, me apaziguando a alma, e por isso escrevo.
Mas, peço perdão, eu vim saber de ti. E acabei desabafando sobre meu sentir.
É sobre isso... você compreende?
Muito se fala em empatia. Pouco se sabe verdadeiramente do outro. Pouco se busca saber.
E assim, a sociedade embalada na hipocrisia, vai empurrando com a barriga essa liga de sobreviver.