Fatais desatinos.
Às vezes eu queria estar no dorso de um alado puro sangue,
O qual as asas, diferentemente das de Pegasus, seriam os meus desejos,
E os olhos, os meus pensamentos…
Então, eu sobrevoaria jardins, qual um beija-flor de patas e crinas esvoaçantes,
E ao invés das flores, eu beijaria as ilusões,
Em ósculos famintos à procura da minha Flor de Liz, dos meus crepúsculos felizes,
Planaria ante tua boca pequenina, onde me sujeitaria a seiva do teu dulcíssimo mel, que os teus lábios ungem e ainda, desconfortavelmente, todos que os veem se assanham,
Pois, na realidade, ali não me caibo…
O tempo rompe ensejos, frusta desejos…
Na verdade, o tempo é sempre impreciso, para o preciso tempo ser o escolhido tempo, de nos sermos.
E assim, meu colossal Pegasus sobrevoa-te nos meus sonhos,
A levar-me novamente a planar, agora sobre teu corpo inteiro, que é o meu cobiçado e bem moldado Olimpo…
Ah, meus poderes… são tão breves os meus poderes! Duram apenas essas frações de sonhos…
Ou no máximo, em meus delírios, qual Quixote, levado à morte por optar, cada vez mais e mais, na loucura dos mortais, definitivamente, se embrenhar.