CARTA ABERTA À VOCÊ

É com imenso prazer, que venho por meio desta prosa poética, feito dança em descompasso, hora enaltecendo ao equilíbrio, hora se perdendo em turbulências que não se deixam apaziguar... falar do que é invisível e profundo. Juntar o grão ao grão, e simplesmente acreditar.

Há um torpe sentimento, que enfadonhamente tem minado a passagem de cada um, ao seu horizonte. E em meio à uma sociedade falida de sentimentos nobres, especialmente para consigo mesmo, canto versos verdes, capazes de arredar as montanhas mais altas, de suas próprias raízes.

Ah, se cada palavra fosse muito mais do que escutada. Ah, se o ouvido pudesse ler e olhar tudo o que a poesia tem a dizer... ah, emanaríamos um arco-íris de infinitas energias. Transformando tempos de guerra e dissabores, em pulsação emanada de coração para coração.

Há um grito sufocante que precisa calar, a fim de nos fazer compreender quem somos diante à imensidão que existe, frenética, dentro de cada um;

eximir o medo; deliberar doses ousadas de loucura e razão, para aliviar o tédio de "ser";

ponderar as cobranças; relativizar as rotinas; ressignificar as dores; beber aos goles todos os propósitos e mastigar as injúrias.

Prover um olhar que brilhe além das vivências, e que não se submeta somente a sobreviver, mas que ofereça colo em seu fitar, muito além do que um terno abraço é capaz de prover.

O ser humano sobrevive à dor do outro, mas é incapaz de subsistir à si mesmo. E perante o seu reflexo, contorce em posição fetal, diante seu próprio caos, buscando mera proteção que não lhe cabe. Não é curioso?

A capacidade de agregar o belo ao que não vai bem, é um dom. Afinal, resiliar-se é uma dança que se baila consigo mesmo. Vale bailar no escuro, e desnudo de arrogância e ego, para que abra espaço ao novo que nos vier abraçar.

Há quem aceite ser moldado a partir do seu erro; há quem busque tratar à si mesmo, antes de querer tratar ao outro. Há quem desmorone várias vezes, mesmo não tendo construído nada. Lembre-se, a construção é um processo árduo e contínuo.

Entenda, o vento nunca vem da mesma direção, mas sempre, SEMPRE provoca as mesmas sensações. Seja o frio na espinha, na barriga, no calcanhar, ou o inesperado abalo no alicerce... ele sempre causa a mesma sensação de domínio sobre nós, por ser invisível e não palpável, e, ainda assim, consegue mover nossas estruturas dérmicas, colocando à prova nossa fragilidade. Ora, ora, estamos vivos!

Que esse mesmo vento te sacuda!

Que ele te conforte. Que te quebre ao meio e te refaça!

E como uma onda indizível, daquelas que torrente nenhuma é capaz de despersa-la, desejo que você se PERMITA florescer, mesmo quando o vento virar tempestade perante seus olhos.

Sim, eu te desejo brisa leve e vento impetuoso, para que tenhas a devida força em teu prosseguir.

Carpe diem, pra você e pra mim!

Brenda Botelho
Enviado por Brenda Botelho em 02/02/2023
Reeditado em 14/02/2023
Código do texto: T7709620
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