Desertificação
As pernas se lhe fugiram e a dona delas de algum modo fora prostrada pelo corpo a retomar o próprio peso e fazendo a dor brotar de seus olhos.
Transpirou a agonia ejetada como um porco espinho por estar dilacerada no duelo da morte, a qual diante duma rodovia de mão dupla está indecisa.
Trata-se duma recusa à vida que adquire contorno a cada olhar sobre si; Em tais momentos a porta da alma se fecha como num diagnóstico de metástase.
Reza, mas como rezar até que o sangue verta, as lágrimas sequem e a vida finalmente flua? Poderia num deserto pregar para si mesma e livremente gritar. Mas onde encontrar tal lugar?
Até lá, desabitada em si mesma está.