Brevidade cósmica
O impulso paciente do escultor conduzindo a matéria prima que pouco a pouco se transforma, o corpo imergindo em movimentos a cada nuance ritmado da expressão sonora que destrincha o conhecer de sua própria linguagem, a fluidez conjuntiva, presente nas palavras do escritor inundando dia após dia o papel em branco, tão fiéis em suas naturezas expressivas quanto alheias aos seus propósitos mensageiros, cujo o surgimento parte apenas da necessidade de existir. Nós, enquanto elementos de nula primazia, ocupamos o papel de ferrenhos portadores do nada, simples mensageiros condenados a conviver com nossas próprias naturezas, clamando a todo instante pelo surgimento desses breves instantes de luz e acometidos, quase sempre, por mortes silenciosas.