Tortuosa desconexão cotidiana
Sou um fragmento desencaixado de consciência vagando em meio a um horizonte de cubículos coabitado por deploráveis parasitas. Perdidos e cruéis, mergulham cada vez mais fundo em suas próprias mediocridades enquanto penam para exercer de forma mecânica e repetitiva tarefas cujo a verdadeira função é solidificar a raíz de sua própria escassez, causa primeira de todas dores. Minha desconexão, uma afirmação tão repetitiva que eventualmente se tornara sem sentido, deu lugar a um zumbido aprisionado que pragueja a cada instante a minha própria desistência. Me vejo perdido em um caminho que sequer aponta para alguma direção. Tentar ver além do meu próprio prognóstico de profundidade seria confundir as camadas do meu desespero projetado com alguma de ampliação de consciência no plano macro, a verdade, é que a linha de chegada que extinguirá de todas essas maratonas mentais não possuirá uma aparência minimamente previsível. Ainda sim, me atrevo a dizer que não haverão comemorações.