A saudade, uma tempestade na alma.
A saudade é uma descarga elétrica,
Um fenômeno climático,
Engatilhado nas lembranças de teus sorrisos,
Os quais se propagam em estalos ao ramificarem-se,
E atingirem fortemente as profundezas da alma;
É o teu olhar de águia, contuso, profuso e fascinante,
Assim como os ventos a uivarem,
Pelos vazios que deixas…
Nimbos envolvem e turvam os pensamentos,
Ameaçando precipitar-se e inundar o coração,
Após entupi-lo, como as mal cuidadas bocas de lobo…
A saudade sufoca… arrasa... e cega…
A saudade é uma assustadora tempestade,
A arrastar, violentamente, o negligente telhado,
Que não lhe proporciona vazão…
E julga que ser capaz de, em si, retê-la.
Trovões inaudíveis estouram o tímpano vulnerável,
Onde ecoam e se propagam, num vácuo titânico e de atômica tristeza,
E a tua imagem constantemente forma-se, para mim,
Nas iridescentes e mutantes nuvens,
Enquanto a moça do tempo que tu te tornas,
Em impecável performance, noticia-me, friamente,
Que o tempo que anseio, não se abrirá tão cedo!