Ótica

 

A noite chegou cachoeiras,

Represas no sereno das almas

E no dedilhar dos dedos sinopse,

Memorandos, fóceps, ladeiras.

 

Gatos pardos, olhares mansos

Arranham portas a pedir abrigos.

Olhos vivazes, páginas escritas

E gotas rasas em bicas abertas.

 

No traço bêbado marcas de pés,

Pesados, fartos das tempestades.

No colo da terra manto de areia

A trazer o relevo brocado na guia.

 

No leva e trás momentos óticos,

No canto dos olhos vesgos 

A certeza do futuro em nossos dias

E a faculdade da visão será de águia?