Se Faz Luz, Se Faz Blecaute

 

Traçado nas mãos, mapeado

De face tenra, compenetrado.

Suor, burbulho, voz rouca,

Vida fosca,

Canção no ar.

 

Pés pergaminho.

Atalho daninho,

Encontro de tudo,

Encontro do nada,

A vida a buscar.

 

Na mesa posta, aposta-se tudo

Dada hora a guerra silencia a paz.

As mãos estão cheias de caminhos

A vontade recria o faça-se luz.

 

Há mãos que trabalham,

Outras que oram,

Outras que maltratam,

Acariciam e mendingam.

Levadas ao corpo de quem se ama

Falam, cantam, calam.

 

Faz luz, faz blecaute.

No espremer do bagaço,

No entrelaçar das mãos,

O bem,

O mal,

O amor,

O ódio,

Fecham o sinal nos escombros da língua.