Fora de casa.
Sentada numa cadeira diante de si mesma como de seu próprio representante que a algum lugar enviará. Bem outra devia ser a vida real que não esta. Outra haveria de ser a vida eterna que não fosse a extensão desta.
Observa como um narrador onisciente e impassivel a uma realidade tão diferente de si a qual escandaliza seus puros olhos com a maldade ou bondade divinificadas; Quer dos outros, quer de si mesma.
Não lembra direito de suas próprias palavras. Pergunta-se em vigilância se não dorme, e quando dorme, se não estaria acordada.
Um passarinho entra por acaso no bar e dá com o bico no vidro do balcão e lhe deixa profundamente magoada com o fato de estar fora. Longe de casa. Distante do caminho com o pé na estrada.
Vívida na mente indecorosa e impactada.
Chora tu estando em riste teu torpor apavorado, donde agora afugentas sem sucesso tua indecência exposta ao público para o qual imaginas figurar,
Doente de tanto pensar. Chora a falta de um lenço estendido, de um regaço acolhedor, das águas termais depois do labor. Um hora de choro amarelo e o que é líquido congela.