Fora de casa.

Sentada numa cadeira diante de si mesma como de seu próprio representante que a algum lugar enviará. Bem outra devia ser a vida real que não esta. Outra haveria de ser a vida eterna que não fosse a extensão desta.

Observa como um narrador onisciente e impassivel a uma realidade tão diferente de si a qual escandaliza seus puros olhos com a maldade ou bondade divinificadas; Quer dos outros, quer de si mesma.

Não lembra direito de suas próprias palavras. Pergunta-se em vigilância se não dorme, e quando dorme, se não estaria acordada.

Um passarinho entra por acaso no bar e dá com o bico no vidro do balcão e lhe deixa profundamente magoada com o fato de estar fora. Longe de casa. Distante do caminho com o pé na estrada.

Vívida na mente indecorosa e impactada.

Chora tu estando em riste teu torpor apavorado, donde agora afugentas sem sucesso tua indecência exposta ao público para o qual imaginas figurar,

Doente de tanto pensar. Chora a falta de um lenço estendido, de um regaço acolhedor, das águas termais depois do labor. Um hora de choro amarelo e o que é líquido congela.

Lirianna
Enviado por Lirianna em 25/05/2022
Reeditado em 25/05/2022
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