Quimeras da estação

Busca desenfreadamente seu amor platônico, mas tão fugaz e mutante como as paisagens de outono.  Ah, a gente é assim, queremos sempre algo que aguce nossa imaginação, mas, uma vez contemplado, o desejo é banalizado e até esquecido.

As musas são de neve e os castelos de areia, pois passageiros são os sonhos e inconsistente o nosso apetite. Cabe a nós vivermos cada momento com intensidade, pois amanhã não mais o teremos. A saudade é do prazer que se viveu no ápice da cena e não das circunstâncias que a fizeram. Estas, se repetidas, já não terão o mesmo gosto. O prazer é fruto da imaginação que logo se perde com a nódoa dos desenganos ou do apetite saciado.

Já se imaginou passando no vestibular outra vez? Assim é com a carreira profissional, com visitas ao torrão e encontros de amigos da juventude, para não falar das fantasias sentimentais. Quimeras, quimeras que o vento levou..

Samuel da Mata
Enviado por Samuel da Mata em 22/05/2022
Reeditado em 22/05/2022
Código do texto: T7521197
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