INOCÊNCIA DO SER

Pelas vicissitudes da vida, acabamos por

nos tornarmos não a essência do que poderíamos vir a ser, mas aquilo que os outros e as circunstâncias fazem com que sejamos.

De repente, surgimos no mundo sem sabermos o porquê e sem ter pedido. Aos poucos, surge o despertar da angústia de desejarmos a liberdade pessoal num mundo de encanto e paz, ao mesmo tempo em que avulta a consciência de que nascemos

para obedecermos regras e morrer.

Há um choque lancinante por sabermos que fazemos parte do domínio universal, infinito e belo, mas que somos mortais, na imensidão de um mundo imortal.

E assim passam-se os dias entre alegrias e tristezas, e da mesma forma repentina em que surgimos para a vida voltamos ao nada ou a outro plano existencial do qual nossos sentidos não são capazes de prognosticar.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 28/04/2022
Reeditado em 29/04/2022
Código do texto: T7504844
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