Ah! O amor...

Enquanto meu olhar está pousado na lua,

Meus pensamentos se perdem no além...

Lembranças vagueiam pelo espaço, sons de doces palavras ainda ecoam pelo meu interior. Sussuros delirantes, que tantas vezes embriagava momentos de êxtase e eterno amor, ainda reverberam em mim. Ah... O amor... O amor se contorce de dor, por não poder exercer a sua função de amar. Só me resta seguir melancólica a meditar pela via cruz da minha estrada. Às vezes a saudade faz sangrar meu coração e o vazio como uma cratera, tenta sucumbir-me e a gélida presença da solidão, tenta preencher meu vazio com sua porção de dor. A saudade dói muito em mim. Sem a presença, da pessoa amada, tudo fica triste como um castelo desfeito, um sonho destruído, mundo descolorido, altar quebrado é como terra devastada, com marcas profundas, nesse castelo de amor desmoronado. Universo em desencanto... Deserto escaldante, outrora oásis banhado pelas carícias daquele que um dia o tempo trouxe, mas que de repente o levou e com ele, parte de mim se foi e muito dele, também em mim ficou. E assim, ainda que distante e em silêncio continuamos a ser nós dois, mesmo sem o nosso consentimento racional, mas pelo consentimento dàs nossas lembranças e do amor que uniu as nossas almas por toda a eternidade.

 

Kainha Brito Direitos Autorais Reservados Lei n°9.610

 

Kainha Brito
Enviado por Kainha Brito em 21/03/2022
Reeditado em 07/11/2023
Código do texto: T7477726
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