Talvez
Cadê as flores que um dia te entreguei?
Onde deixou os vasos...
Nem adubo, nem regadores...
Não há mais o que germinar!
Nem festas, nem confetes
Pra enfeitar ou trazer de volta o colorido...
Somos como uma TV antiga, mal sintonizada
e choviscando por dentro...
E há telespectadores nos esperando...
o que fazer?
O que oferecer, se já nem me vejo mais aqui?
Sinto ainda o beijo, porém já frio...
Sinto a temperatura
de nossas conversas acaloradas...
Sinto ainda minhas pernas trêmulas, pelo medo de fechar a porta (de vez).
E assim, deixo a fresta sempre à vista...
Me apegando ao maldito "talvez".
Um dia...
talvez eu encontre novamente as flores que te entreguei...
e talvez, já não sejam mais as mesmas.
Talvez nossa sintonia um dia nos conecte de novo,
em caminhos opostos ou não... quem sabe?
Vai ficar tudo bem?
Talvez, talvez...
Quem sabe você vira um poema guardado no meu velho diário...
Talvez, talvez...