A Terra Atemporal

 

O tempo, Ah! o tempo,

Silenciou nas ruas das mãos,

Silenciou lá nos alpes.

Quando o tempo silenciou houve

Uma parada de tudo,

Houve um lapso de memória,

Uma quebra de ponteiros.

 

Perdemos as folhas, perdemos a cor.

As cachoeiras dos meus olhos

Encontraram as águas dos rios,

Uma vida diante da outra em perfil.

 

O tempo parou no quarto do dia,

Veio taciturno a quebrar as minhas horas.

Trouxe algozes e verdades.

Uma metade foi repartida, a outra espremida.

 

Foram acordados os sentimentos mortos,

O lado guardado confiscado pelo sorte.

A cachoeira dos meus olhos viram os teus rios,

Magros rios que sumiu do mundo a ficarem

Esquecidos.

 

Quando o tempo pedirá respostas?

Vamos responder como? Com o silêncio?

A Liberdade estará a dormir ou no reciclar das notas?

Por certo teremos gasto todo o tempo do mundo

Sem ver as estrelas, sem ver as seringueiras,

sem ver, sem....

 

Aonde andará quem amo?

Aonde andarão os que deixaram os leitos vazios,

As casas vazias, as ruas vazias, os corações vazios?

Onde estarão os que deixaram a terra vazia?

 

O meu coração ficou parado...

Diante do tempo silencioso e frio

Que chegou se quebrando na retinas da terra,

Nas retinas da minha alma que se aguça

Por respostas as quais eu mesma terei que responder.