O Homem e o Corvo
As luzes do mundo apagaram-se
E os corvos invadiram as ruas,
Plumas escuras e vestes sepulcrais.
Em meio a escuridão, no outro lado,
Olhos, mãos, pés em gestos de atalho.
Sonhos que coloriram as páginas fugaz,
Foram talismãs de poderes mágicos
Das fortes nações.
Multiplicaram-se os pretos azulados,
Em inteligentes, interessantes ,fortes
E sobrenaturais.
Os homens fortaleceram seus mitos
Ouve-se um alvoroço, retorno do tempo.
Clama-se por luz, por guerra, por impactos.
Nos postes, nas vias, nas rodovias, nas mãos.
Na mão da noite a luz dos homens é agreste
E de longe se ouve um corvo errante.
Nas taças os corvos levantam nova cria,
Sem a lembrança do passado do homem.
Os homens não buscam mais a luz,
Buscam só compreender os mistérios
Dessas luzes, espetaculares e inteligentes.
Olhos abrem-se pesados do sono e pecados,
Sono profundo de todos esses anos.
Uma escuridão e uma pesada nuvem
Agora se acende no meio dessa fuligem
A sufocar o ponto, a mudar o sentido.
A simbologia agora está do lado agressivo.
A ave de Apolo paíra no tempo,
A represetação do mal mudou sem lamento,
Não se alimentam da bravura dos homens,
E sim, se alimentam de seu sono profundo.
O homem mudou o caminho, do voo imaginário,
Passou a ser guiado pelo vaga-lume.
As luzes da sabedoria apagaram-se quando
O homem olhou pra trás.