Vitrine da Alma
Caminhos cruzaram a vitrine
Onde expostos estavam nossos hábitos.
Nossos gestos posaram em silêncio,
Nossas vestes pediram agasalho.
Nossas mentes foram vistas nos olhos,
Pelas ruas nossos vozes adição,
Nossos irmãos a cara metade,
Vitrine nossa nesse sermão.
Nosso ventre doeu de saudade,
Mas perdemos o medo do escuro.
Hoje falamos nossas verdades,
Ontem, nossa voz era um obscuro.
Mãos mudaram a história,
Jovens agarraram o presente,
Pássaros voaram em revoadas,
As letras a servir de semente.
Hoje um som é ouvido,
Das cordas do meu violão,
A minha canção é um hino,
Minha dor é de menino
Que perdeu o seu pião.
Todos cantaram as distâncias,
Nem todos voltaram ao porvir,
Mas hoje temos esperança,
A corrente verde a sorrir.
"Pai,afasta de mim esse cálice"